Ministro Alexandre de Moraes:
um dos homens mais odiados do País
Hoje (05/08) li a nota pública do governador Eduardo Riedel, na qual ele afirma que a "prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro), com restrição de direitos fundamentais e sem julgamento concluído são excessos judiciais que geram temerária escalada da tensão politica e jurídica", alertando que a decisão do Ministro Alexandre de Moraes não "ajuda os brasileiros neste momento de grandes e graves incertezas econômicas e só compromete ainda mais a pacificação do país!".
A manifestação do governador me chamou a atenção porque até momento ele procurou desvencilhar-se da crise política, não se envolvendo na questão com declarações contundentes, frases de efeito, participação diretas em manifestações públicas, enfim, como é do seu estilo, consegiu até agora manter a discrição, a prudência e a civilidade, sem fazer marola sobre o tarifaço de Trump, os discursos doidavanas de Lula e a luta política travada entre esquerda e direita.
Imagino que um governador com esse perfil, quando decide se manifestar devemos prestar a atenção e começar levar a sério o problema. Sei que as decisões de Moraes dividem a opinião jurídica brasileira e internacional.
Há tempos ele vem esticando a corda, perpetuando o 8 de janeiro e a tentativa de golpe de Estado, fazendo desses fatos instrumentos de poder.
Criou o inquérito do fim do mundo e vem atuando de maneira tirânica, subindo novos degraus todos os dias, deixando claro que age motivado por vingança pessoal, em gestos regressivos que equivalem ao comportamento da extrema-direita, segmento ideológico que ele diz combater em nome da democracia.
É verdade que Bolsonaro não é santo, atravessou os pés pelas mãos, fez muita burrice e acabou perdendo uma eleição para ele mesmo. Uma parcela ponderável dos brasileiros sente verdadeiro asco pelo homem. Mas nada disso justifica os exageros e as maluquices ressentidas de Moraes.
Xandão passou do tempo de parar. Mas ninguém consegue conter sua obsessão e a dúvida agora é se ele parará após concluído os trabalhos de condenação dos chamados "nucleos golpistas".
O Ministro do STF age como estivesse dotado de poder imperial. Os Estados Unidos o sancionaram a Lei Magnistsky contra ele, algo inédito na história mundial em se tratando de um integrante do Poder Judiciário. Certo ou errado (com Trump tudo é nebuloso) o fato é que a reputação de Xandão está maculada para sempre, mesmo porque a Lei é aplicada a torturadores, pedófilos, terroristas, traficantes de todos os tipos.
Várias sanções estão sendo aplicadas aos Ministros do Supremo. Ou seja: a situação está ficando mais e mais delicada porque está empurrando a economia brasileira pra baixo. Há um grande incômodo no País, mas parece que para uma parcela do governo e da sociedade isso "é coisa da família Bolsonaro" para chantagear o Brasil e esfacelar sua soberania.
Há uma guerra de narrativas com Lula olhando fixamente para a eleição de 2026, enquanto a polarização tensiona cada vez mais os ânimos democráticos, indignando quem está fora das bolhas das redes sociais porque percebe um jogo abjeto de manipulação, no qual todos os estão corretos e errados ao mesmo tempo.
A nota do governador Riedel é importante neste aspecto porque vem de alguém preocupado com os verdadeiros interesses que devem mobilizar a nação neste instante.
A prisão domiciliar de Bolsonaro (com todo ímpeto de perseguição pessoal que ela implica) está sendo lida por Trump e Morais como um desafio entre machos alfas, sem nenhuma preocupação com as consequências que isso trará para o cotidiano de mihões de brasileiros.
Já se ouve nas ruas: "a gente vai pagar um preço alto só por causa desse careca!". Sim, essa é a percepção popular, que aos poucos convergirá suas atenções aos STF como único responsável pelas mazelas do Brasil.
Os próximos dias serão difíceis. Não sabemos qual será a reação da Casa Branca. A incerteza gera medo. Bravatas nacionalistas não colocam comida no prato. E a população já deu nome à crise que passará a viver de maneira mais drástica: Xandão.