Camila Jara: a carnavalização de nossa política
contra os caretas e selvagens
A deputada Camila Jara (PT/MS) protagonizou na madrugada da última quarta-feira um entrevero com o deputado Nikolas (chupetinha) Ferreira.
Cada um tem sua versão da história. O que foi possível ver e rever pelas imagens na TV foi Jara empurrando bruscanente Ferreira. Como tinha vários figurantes na movimentada frente da mesa diretora da Câmara, não é possível relatar o fato categoricamente.
O deputado diz que Camila deu um soco em seus países baixos, tanto que ele desabou (aviso aos navegantes que, caso isso tenha acontecido, dói pra cacete).
Camila nega e afirma que foi empurrada e reagiu empurrando de volta seu colega de parlamento. Ambos se odeiam por conta de divisões de conceito ideológico.
Como os dois não são, digamos, flor que se cheire, é difícil saber o que, de fato, aconteceu. Seja o que for, coisa boa não foi.
Há muito diz que diz. Nicolas é bolsonarista e tem fama nacional por conta dos milhares que o seguem nas redes sociais. Camila é do PT e ainda não atingiu o estrelato desejado. Ela tem tudo para chegar lá com este acontecimento.
O que sei dela é pouco. Não a conheço pessoalmente. Conheço seu pai, jornalista Gerson Jara e, se a fruta não cai longe da árvore, fica difícil defender a moça.
Ela gosta de carnavalizar suas existência, ora polemizando, ora cultivando aquele vitimismo típico do petista que não conseguiu se encaixar no mundo real. Camila finge que é tonta, mas não rasga dinheiro.Gosta de ostentar e andou acompanhando Janja pelas festanças da vida.
É duro ser de esquerda na sociedade de consumo.
Na última campanha eleitoral para governador ela conseguiu articular recursos para a campanha de Lula com ajuda de Reinaldo Azambuja, que estava possesso com Bolsonaro. Águas passadas. Nesse momento, quando a vida exige, tratar de assuntos burgueses com machos raiz é permitido...
Muitos jornalistas afirmam que em Mato Grosso do Sul Camila conta com uma rede de proteção nas redações. Não confirmo nem desminto. Nossa imprensa é esquisita.
Há três fatos que ilustram o cordão sanitário que se criou em torno da imagem de Camilinha: o primeiro foi a aparição de um nudes nas redes sociais.
A imagem dela nua em pelo espalhou-se pelo Estado e, como sempre, inventou-se um culpado: hackers de oposição. Na verdade, ela mesma postou inadvertidamente a foto, algo normal neste mundão que se criou com a internet. O assunto morreu. Poderá ressuscitar na hora certa...
Na segunda, com umas biritas na cabeça, numa noitada barra pesada lá pelos lados da antiga estação ferroviária, enfrentou a polícia militar com dedo em riste porque estes receberam reclamações de som elevado e decidiram dispersar a moçada com aquela elegância e simpatia que só um uniforme pode proporcionar.
Por fim, ela andou se metendo em conflitos no campo (envolvendo o MST e comunidades indígenas) e quase a coisa desanda não fosse a intervenção serena do governador Eduardo Riedel. Até aí, jogo jogado e tudo de acordo com as concepções políticas de Camilinha.
Ela é defensora de causas identitárias, membro ativa da comunidade woke, defensora da prática de trisal e de sexo livre. Enfim, uma jovem de vanguarda, apoiadora de ideais libertários, que não esconde sua condição transante num mundo careta e selvagem.
Agora ela chegou onde queria: a direita está pedindo sua cabeça no Congresso Nacional por conta da briga com Nikolas. Pretende-se levá-la ao conselho de ética para cassar ou suspender seu mandato. Na verdade, estão fazendo um grande favor para ela.
Isso certamente será utilizado para turbinar sua campanha e de outros companheiros. O deputado Vander Loubet (pré-candidato ao senado) já grudou na moça e distribuiu fotos nas redes mostrando que deseja o apoio maciço da comunidade LGBT + um monte de coisas.
Vander detesta Camila, mas o que não se faz para "defender" uma companheira.
Enfim, Jara brilha no campo eleitoral progressista e vai à luta. O tempo da maluquice está instalado e não ha nada que se possa fazer para evitar que se feche a porta do hospício. Avisa o pessoal que eu fui e só volto quando os ETs chegarem.