A partir deste domingo, sairei temporariamente de meu exílio, na Ilha de Florianópolis, para passar duas semanas em Campo Grande.
Estou sendo processado pela ex-deputada Rose Modesto, que atribui a mim sua derrota, nas últimas eleições para a prefeitura da Capital, para a prefeitinha Adriane Lopes, e, assim, decidiu me inviabilizar financeiramente com um processo milionário.
Não sabia que Rose era tão vingativa assim. Dependendo da Justiça, além de exilado, serei mais um miserável a perambular pelas ruas da cidade, talvez pedindo esmolas, engrossando o número de desvalidos sociais, vítima involuntária (mais uma) da nossa gloriosa classe política.
A minha sensação é a de estar sendo chantageado. O processo é preventivo. Rose será candidata e quer evitar que algum jornalista (este que vos fala) a critíque na campanha e perturbe sua vilegiatura rumo ao parlamento.
Já avisei seus advogados que isso não vai acontecer. Não estou preocupado com sua cliente. A disputa pela prefeitura foi algo muito específico, porque decidi me alinhar ao apoio dado pelo PSDB, que ficou contra Rose e apostou nos dois turnos eleitorais contra ela. Coisas de campanha.
Votei em Beto Pereira e depois, no segundo turno, não votei, porque decidi voltar para o exílio.
Mas quem vai entender a mágoa de Rose, mesmo porque quem daria crédito a este jornalista e mudaria seu voto a favor de Lopes, que também me odeia junto com seu marido (Janjo), do qual recebi ameaças em furiosos telefonemas naquele febricitante pleito eleitoral.
A quantidade de desafetos que tenho em Campo Grande forma uma longa fila, mas não é preciso matar o mensageiro, principalmente porque nesta fase da vida o que eu quero mesmo é paz e sossego. Please.
Inclusive recolhi o flap por problemas de saúde e passei os últimos meses me dedicando à pintura e aos romances de Dostoiévsk. Fique tranquila, Rose, já me esqueci de você.
Politica Catarinense -Aqui em Floripa tem dois assuntos gerando vapor e que está dando repercussão nacional.
A primeira envolve a pretensa candidatura ao senado do filho de Jair, Carlos, que atiçou os ânimos da direita local. O bate-boca nas redes é imenso. Ninguém quer abrir espaço para Carluxo. Valdemar da Costa Neto (presidente do PL), o governador Jorginho Melo e Esperidião Amin estão rebolando para encontrar uma solução política que não incendeie o estado mais bolsonarista do País.
A crise atingiu proporções tão agudas que aventaram por aqui mandar Carlos para Mato Grosso do Sul e abrir uma vaga de candidato ao Senado, tirando o Capitão Contar da jogada.
Parece que não deu certo, pois Reinaldo Azambuja já fala em dobradinha com o marido de Iara. Esperto. A fazenda do PL está de porteira fechada e não será caindo de paraquedas que vamos eleger alguém que não sabe nem onde fica o pantanal.
Não sei quem tem chance para ocupar as nossas duas vagas no senado. Pesquisas mostram um quadro que indicam que Reinaldo e Nelsinho Trad estão bem cotados. Mas esse quadro tende a mudar. Principalmente se o PL e a direita priorizarem como pauta de campanha o impeachment de Alexandre de Moraes.
Não vejo estes dois pré-candidatos confortáveis com essa vindita contra o Supremo. Vamos ver.
Maluquice Floriana - O prefeito de Florianópolis Topázio Neto (PSD), na boca da abertura da temporada de verão, resolveu colocar as forças de segurança para impedir a entrada de "mendingos" na cidade, fazendo blitz e pagando passagem de volta de onde vieram todos aqueles que aqui chegam sem dinheiro e emprego garantido.
A medida está dividindo opinião. Uma parte exulta, outra critica. Já ouvi até a palavra "eugenia" que me parece fora de contexto. Mas se o sujeito chega na rodoviária e for aparentemente miserável, preto, sujo, sem dentes ou com pele sebosa, a polícia interfere, manda preencher um questionário e, se não estiver dentro dos requisitos, ganha convite para voltar de onde veio.
Esquisito isso. Correu também a versão de que, como nesse período muita gente desce pra BC (lembram-se daquele hit do no ano passado?), fazendo com que levas de subempregados do norte e nordeste vênham para cá para fazer bicos de venda nas praias.
O turismo praiano de Floripa tem forte freuência do alto pib brasileiro e, assim, todo mundo quer aproveitar a oportunidade e levantar dinheiro trabalhando.
Até aí tudo bem. Mas, como ocorreu no ano passado, o crime organizado descobriu o filão e resolveui investir, dominando o mercado. Houve briga por território, colocaram fogo em veículos e ônibus, e nas regiões de morro a coisa andou esquentando.
O prefeito Topázio quer que o trabalho de atendimento aos turistas seja preferencialmente dos "manezinhos das ilha", nada de gente de fora.
Desse jeito, logo logo, a luta de secessão do Brasil, que há muitos anos é ensaiada, ganhe corpo até que os governantes proponham a realização de plebiscitos para separar o sul e sudeste do resto do País. Quem viver, verá.
