Ex-governador Reinaldo Azambuja,
senadora Tereza Cristina e governador Eduardo Riedel
Passei os últimos 20 dias em Campo Grande perguntando e ouvindo opiniões sobre o quadro politico local, notadamente sobre a disputa pelas duas cadeiras ao senado e os possíveis competidores para ocupar as 8 vagas na Câmara Federal.
Tive a oportunidade de conversar sobre o tema com o governador Eduardo Riedel, reservando o direito de preservar suas opiniões, pois não o encontrei como jornalista e sim como amigo. Mesmo assim, suas impressões sobre o quadro guarda paridade com aquilo que ouvi da maioria das minhas fontes e com o que ouvi aqui e ali da maioria das pessoas.
O ambiente político ainda não está calcificado. Talvez depois dos festejos de ano novo, passando o carnaval, o tema se adense e comece a se formar conceitos e tendências das mais diversas.
Dei uma olhada em algumas pesquisas, mas quase todas elas me pareceram fajutas. Uma ou outra indicam tendências que podem provavelmente serem assertivas lá na frente. Senti que as mídias estão torcendo que haja disputa acirrada, pois assim há maior movimentação de dinheiro e o pleito, desse jeito, ganhe mais legitimidade. Haja intrigas e mentiras.
Hoje, por exemplo, aconteceu um fato novo: o Ministro Gilmar Mender bombardeou uma das principais pautas da direita e do bolsonarismo, propondo mudanças no rito jurídico para que haja impeachment dos imperadores do STF.
Como se sabe, esse assunto vinha sendo preparado para ser um elemento galvanizador da campanha, o que criaria saia justa para candidatos como Reinaldo Azambuja e Nelsinho Trad caso fossem instados a responder suas respectivas opiniões sobre o tema.
Imaginem: se Reinando e Nelsinho tergivesagem se eram contra a favor ou contra o impeachment de Alexandre de Morais como reagiria o eleirorado bolsonarista, que é expressivo no Estado?
Outro problema: a estreita relação entre o governador e o ex-governador Azambuja podem criar muita confusão caso um dos lados cometa muitos erros, ou dê declarações desgastantes, levando os eleitores se perguntarem onde começa um e termina o outro.
Dizem que a candidatura de Fábio Trad prejudica seu irmão Nelsinho. Pode ser. Mas a família tem longa tradição teatral e pelo que dizem estão ensaiando, sob a direção dos marqueteiros do PT, um roteiro cujo verdadeiro beneficiado será o deputado Vander Loubet.
Não sei se nessa disputa o cheiro de traição será exalado, mas isso é pedra cantada por muitos cabos eleitorais.
Na minha avaliação briga entre membros da família Trad sempre foi tudo encenação, visto que eles mesmos costumam se divertir muito com as histórias que surgem de que estão em luta campal. Tudo jogo de cena.
A má gestão da prefeitura de Campo Grande será mote de campanha caso a prefeitinha não faça um freio de arrumação nos próximos meses. A capital do Estado está caotizada. A cidade está virando uma pocilga estrutural e moral. Quem está deitando e rolando é a ex-deputada Rose Modesto (nossa notável Falsiane) que vem oportunisticamente apontado as mazelas da cidade como se ela, caso tivesse vencido o último pleito, fosse capaz de resolver algum dos probremas de Campo Grande.
Já começam a perguntar: a senadora Tereza Cristina não vai fazer nada ou enttregará a prefeita e seu tutor Janjo aos leoes?
Ouvi de gente importante que Rose está eleita e que Simone aos poucos está se tornando competitiva, superando a má fase depois de sua posse como ministra de Lula. No mesmo diapasão, a senadora Soraya está no chão, numa situação catastrófica. Sua reputação eleitoral virou pó.
Mesmo assim, (com exceção de Rose que tem recall de campanhas passadas), as duas meninas vivem em intensa dificuldades. Quem viver, verá...
Fico pensando: uma moça que se diz professora e já ocupou cargos vários no topo da pirâmide do poder em Mato Grande que não sabe nem as regras básicas da lingua portuguesa naturalmente cria dúvidas sobre se o que sai de sua boca é fato ou fake. Eu tenho minhas avaliações. Mas o eleitor é livre e soberano para fazer suas escolhas. Tomara que a maoria perceba onde a porca torcerá o rabo...
Gostaria muito de ter um prognóstico correto do cenário futuro, com baixa margem de erro, mas honestamente acho difícil. Mesmo no plano nacional com Lula barbarizando o orçamento, criando déficts monumentais, colocando a máquina da casa da moeda para rodar loucamente, superando o populismo dilmista ("despesa é vida", lembram-se), fico a pensar se a repetição desse populismo que tem perpetuado o atraso brasileiro ainda dará certo.
Não tenho resposta pronta e acabada. O ambiente político brasileiro está esquisito. Por mais que Lula se se esforce, na linha média das pesquisas, ele não últrapassa os 30%, enquanto a soma de seus opositores passa dos 48%. Podemos ver aqui o que está acontecendo no Chile, com a disputa polarizada entre direita e esquerda, na qual a soma da união da direita garante a vitória de seu candidato.
Só nos resta esperar. Volto ao assunto...
