Ex-governador Reinaldo Azambuja,
pré-candidato ao senado nas próximas eleições
Amigos e inimigos, vocês devem estar sabendo que processo eleitoral de 2026 já começou. No plano nacional é evidente. As movimentações partidárias e o jogo dos punhais estão em plena ordem do dia.
A mídia e as redes sociais estão despejando diariamente informações variadas como se estivessem preparando o eleitorado para o que virá.
Os grupos que controlam o jogo já estão escolhendo e planejando eliminar concorrentes.
O Judiciário está afiando a espada da estátua da Justiça. Agora colocou em pauta o controle legal e operacional das redes. A mídia tradicional já há tempos está dominada. Jornalistas e publicitários se transformaram em servos do senhor.
Estão faltando os usuários, ou seja, milhões e milhões de brasileiros. Qualquer semelhança com ditadura será mera coincidência.
Se eu fosse um Marxista raiz diria que a superestrutura está dominada pela direita, mesmo que ela se pareça cada vez mais com a esquerda e vice-versa.
Ou seja: estamos vivendo o chamado regime de informação, que, na minha opinião devia se chamar "regime de servidão voluntária"(leiam Étienne de La Boétie).
Neste campo toda ideologia é tosca. Por mera repetição as narrativas vão se consolidando, criando aquele ambiente divisivo que termina resultando em polarização power.
O problema é que nos tempos que correm, como diz o filósofo sul-coreano Byung-chul Han, no seu livro Infocracia (Digitalização e a crise da democracia- Editora Vozes) "o sujeito submisso do regime de informação não é nem dócil, nem obediente. Ao contrário, supõe-se livre, autêntico e criativo. Produz-se e se performa".
O eleitorado é isso. Principalmente nas grandes e médias cidades. Por isso, em 2025 continuaremos a viver num mundo desagradável, que continuará o processo de desintegração do que seja periferia e centro...
Chega de viagem...
Vamos falar de Mato Grosso do Sul. Até onde a vista alcança, a eleição para governador está e talvez esteja sob o ditame de um consenso: Eduardo Riedel tem grande potencial para ser reeleito. Acho que dificilmente aparecerá um concorrente que possa rivalizá-lo tanto à esquerda como à direita.
Diante disso, as atenções vão se concentrar na eleição para a escolha de duas cadeiras no senado. Este será o locus do poder. Até o final das últimas eleições municipais os nomes que chamavam a atenção eram o do ex-governador Reinaldo Azambuja e do deputado Vander Loubet.
Tinha certa lógica. Eles dividiriam as forças contidas nas tendências ideológicas em voga. Os atuais senadores Nelsinho Trad e Soraya Thronicke, por mais esforço de marketing que estejam fazendo, eram considerados descartáveis nesse processo.
Posso estar errado, mas sinto que a sociedade cansou da performance de Trad e Thronicke, e já os consideram perdedores por antecipação.
Recentemente, com a visível decadência do PT, imaginava-se que Vander altere seus planos e seja obrigado a rever seu projeto senatorial, mesmo porque ele foi atingido pelo vírus denominado "fadiga de material", o que dificulta criar um empuxo que possa catapultá-lo ao senado. A ver...
A caso de Reinaldo Azambuja é mais complexo. No momento, ele vem sendo anunciado como o coveiro do PSDB de Mato Grosso do Sul, pois especula-se que ele migrará para o PL de Jair Bolsonaro. Como bônus, ele promete levar junto com ele o governador Riedel.
Até onde os bastidores revelam, Azamba está perdendo tração. Ele tem forte influência no interior do Estado, mas fraco desempenho na Capital. Na última eleição, ele amargou várias derrota quando impôs a candidatura de Beto Pereira, e depois resvalou para os braços de Rose Modesto, que também foi derrotada.
O pé frio de Reinaldo em Campo Grande está se transformando em lenda urbana.
Claro, ele é esperto, tem suas habilidades, faz política naquelas cavernas com frio glacial, e suas chances de ser eleito é grande.
Mas é provável que na eleição ela tenha que enfrentar a força contrária da senadora Tereza Cristina, que até hoje está machucada com aquela manobra que Azambuja fez ao colocar Bolsonaro ao lado de Beto Pereira, seu desafeto de mais de 20 anos, exatamente quando ela se encontrava em viagem para os Estados Unidos.
Até onde se ouve os rumores governamentais Azambuja e Riedel estão se distanciando cada vez mais, principalmente porque o governador pretende fazer uma reforma na administração e tem ouvido pouco o ex-governador sobre os encaminhamentos pretendidos.
O que se sabe é que Riedel tem cada vez mais rejeitado o fato de a imprensa publicar o off de Azamba atribuindo a Riedel a coadjuvância da informação. O governador já está naquela fase que não esconde que "cada um fala por si".
E o mais grave é que o ex-governador não consegue se desapegar do Governo do Estado. Para algumas rodas de servidores ele é "ainda" o governador de fato. Complicado.
Vai daí que: em oposição à candidatura de Reinaldo, a senadora Tereza Cristina está preparando seu arsenal, aguardando a hora de usá-lo para atrapalhar a vida do grupo do ex-governador, jogando força numa candidatura alternativa, ou para levá-lo à derrota ou para reduzir o tamanho de sua vitória eleitoral.
Não vou adiantar mais do que isso. As apurações que venho fazendo nos últimos dias seguem a vertente contrária de alguns veículos de imprensa. Sei que há muitas incertezas, os atores ainda se movimentam nas sombras e outros arriscam jogadas como se estivessem numa mesa de pôquer, cuja ciência é o blefe.
Olhando o cenário, é preciso dizer que não há vencedores por antecipação. Mas que o quadro atual - com nomes postos como possíveis nomes fortes - pode ser apenas nuvem passageira de um longo sonho de verão.