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Eleitor deve esperar que debate Midiamax revele a alma dos candidatos

Candidatos à prefeitura de Campo Grande  - 

O debate promovido pelo site Midiamax é uma tradição em nossas eleições. Ele ajuda a definir o voto, ou, pelo menos, consolidá-lo. Mesmo que às vezes enfrente problemas técnicos (esperemos que desta vez seja diferente) sua realização e repercussão têm sido o ponto alto de nossas campanhas.

Claro que com muitos candidatos o debate fica engessado. Mas sempre é possível extrair alguma coisa que oriente o eleitor e o faça clarificar sua escolha.

Li as regras do debate Midiamax ( que acontecerá no próximo dia 23) e me pareceu razoável. Talvez as discussões fluam e o eleitor ganhe alguma coisa.

Percebo que a virulência dos debates paulistanos venha causando preocupação de que algo semelhante ou muito próximo possa acontecer em outros lugares. Mesmo assim, não vejo os atuais candidatos de Campo Grande munidos de beligerância para um show disruptivo como vem fazendo Pablo Marçal e Datena.

Marçal joga olhando para 2026. Por aqui não tem disso na mesma proporção. A maioria dos pretendentes quer ter influência no maior colégio eleitoral do Estado para se cacifar para embates futuros.

Campo Grande é uma escada importante para quem sonha subir mais alto.

Mas um debate muito morno, balofo, sem tensão e contradição não leva a nada, o eleitor (a) está mais escolado(a), desconsidera quando o blá-blá-blá fica muito chato, embora hipocritamente digam que o povo quer ouvir propostas e soluções para a cidade.

Acho tudo isso balela. Ninguém tem nada de novo a oferecer porque os nossos problemas são antigos e os últimos prefeitos negligenciaram projetos relevantes em função de heranças malditas deixadas pelo populismo rastaquera que fincou bases na Capital há quase 15 anos. Caso contrário, não teríamos um cemitério de obras paradas, além da estagnação em nossa economia.

Cada prefeito que vem passando por Campo Grande tem aumentado o buraco da cidade, tratando de saquear o máximo que pode os cofres públicos.

Campo Grande transformou-se num campo fértil para todo tipo de malandragem, fortalecendo o patrimonialismo, o empreguismo e o clientelismo. A cidade só terá organicidade e avanços de qualidade de gestão com um bom prefeito e uma boa câmara de vereadores com maioria decente.

Campo Grande precisa de uma chance para se reerguer. Mas os eleitores(as) tem insistido em escolhas equivocadas, além do que os partidos tem indicado nomes inadequados para disputar os sucessivos pleitos.

Enquanto isso, um dos ramos dessa árvore podre pode se eleger, repetindo o populismo que incrustou-se na máquina pública e dela não vai se desgrudar tão fácil.

Tenho insistido neste tema. Por isso acho que todos os candidatos devem centrar fogo contra a candidatura de Rose Modesto. Ela representa o que existe de pior na nossa política. Ela é o Bernal usando saias, mesmo que o uso da indumentária não seja a preferida da "Morena mais bonita do Brasil", na famosa frase do ex-prefeito Gilmar Olarte.

Por esse motivo, acho que debates não devem se pautar por alto ou baixo nível, ou até mesmo pelo nível agressividade dos candidatos. Isso faz faz parte do jogo.

O debate tem que trazer à tona a alma de cada candidato. Ali é tudo teatro, um show de mídia, as propostas são só da boca pra fora.

Talvez, pontualmente, possa se prometer algo diferente, mas ninguém vai solucionar problemas de educação, saúde, mobilidade urbana sem antes mostrar um planejamento exequível de como vai resolver o problema de caixa, do orçamento financeiro.

A arrecadação de Campo Grande, somando suas dívidas, seu passivo, seus déficts estruturais, não é suficiente para dar grandes voos, melhorando os índices de qualidade de vida em curto ou médio prazo.

Os candidatos não podem vender ilusões, como tem feito Rose Falsiane, jogando palavras ao vento, atribuindo a si a solução de todos os problemas. E o pior: ela está cercada por abutres, gente que gosta de se fartar com dinheiro público.

a prefeita Adriane Lopes não conhece a prefeituras profundamente para contrapor com argumentos sólidos que as maluquices que estão levando ao eleitor no curso da campanha são delírios quiméricos.

Ela é despreparada, não tem capacidade de mobilização da sociedade em torno de um eixo reconstrutor, que possa dar um impulso à cidade naquilo que lhe é essencial. Ela recebe críticas e não responde, deixa perguntas no vácuo, ajoelhou-se diante da magnitude do desafio que ela não soube e não conseguiu enfrentar. Lamentável. Deixou a prefeitura de Campo Grande virar o reinado de Janjo.

Se Campo Grande quiser uma chance para se salvar terá que vir pelas mãos de Beto Pereira. Ele tem visivelmente mais experiência e está apetrechado pelo Governador Riedel e ex-governador Reinaldo Azambuja.

Ambos dependem do sucesso de Beto para viabilizar projetos futuros tanto no âmbito administrativo como no do político. Assim, rompendo com o populismo, pacificando o ambiente, isolando os extremos, podemos criar um projeto de 10 anos de mudanças na nossa realidade,

Ninguém é preciso achar que todos são perfeitos. Mas é por onde corre o processo de mudança não só da Capital como do Estado.

Sou insuspeito para fazer essa avaliação (que é bem parecida com a do ex-governador André Puccinelli). Não tenho grandes amores pelo Reinaldismo nem por outros ismos. Considero Eduardo Riedel um achado raro na história de nossa política. Fora desse caminho, vamos mais uma vez nos lascar.

Tomara que o debate promovido pelo Midiamax deixe isso claro para a população, saindo do lugar-comum, com os discursinhos babacas de sempre. A hora é de pensar grande. Os candidatos devem deixar a demagogia do lado e serem realistas. A sociedade gosta de ouvir verdades, como também gosta de acreditar que sonhar é possível.

Está na hora de fazer diferente.