Não entendo. Por que um homem pio como Valdir Neves está sendo perseguido implacavelmente pela Polícia Federal, Ministério Público e Controladoria Geral da União em processos que o acusam de corrupção, lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito?

Logo ele, que no Tribunal de Contas de MS, principalmente na fase em que ocupou a presidência da Casa, agiu com extremo denodo e correção com a coisa pública, não permitindo que houvesse uma nódoa a toldar sua reputação, processando jornalistas, combatendo servidores que não concordavam sua linha de conduta, massacrando todo e qualquer ser humano que cruzasse seus caminhos tortuosos na busca pela qualidade de gestão, pelo avanço institucional no controle das contas públicas e pela montagem de aparato tecnológico (superfaturado, lógico) para vigiar e punir toda e qualquer dissidência?

Fico aqui imaginando o que deve estar pensando a ex-senadora e ex-Conselheira Marisa Serrano, que tanto contribuiu para que Valdirzinho reinasse impávido e colosso, sempre dando-lhe benção, protegendo seus modos exóticos de administrar, diante dos escândalos que hoje envolvem seu abençoado amigo?

Quantos companheiros ela deixou pela estrada, convicta que que Valdir era incontestável, fazendo ouvidos moucos para reiterados alertas de que alguém tinha que paralisar aquele fervor beneditino, principalmente durante as orações das missas macabras promovidas pela egrégia corte, com o beneplácito de servidores servis, quando não em fraterno conluio no correr dos saques que, no fim, naturalizaram-se por omissão geral.

Sim, a injustiça que atualmente podem tirar Valdir de sua mansão e manda-lo ao claustro, causa revolta e indignação. Agora (vejam só o absurdo!), inventaram uma tal de Operação Casa de Ouro, na qual acusam o santo Barbosinha de ter obtido ilegalmente ouro, gado e fazendas (como naquele poema de Drummond), adquiridos em lances aquisitivo pra lá de suspeito, esquecendo que esse humilde cidadão é um dos patrimônios morais de Mato Grosso do Sul.

Seus amigos e amigas deviam ir para a imprensa pronunciar-se em alto e bom som contra as insidiosas manobras para punir um homem que tanto contribuiu para dignificar as instituições democráticas de nosso Estado. Cadê Márcio Monteiro? Cadê Osmar Jeronyimo? Cadê Marisa? Cadê João? Cadê Maria? Cadê? Cadê?..

Tudo isso me causa repulsa e revolta. Ver uma personalidade santificada que nada mais fez na vida do que ajudar o próximo sem pedir nada de volta na situação em que está, sob amargura, fragilidade psíquica, com problemas de saúde. Onde está a justiça de Deus?

Espero que aqueles que foram tocados pelas suas mãos santas (mãos benevolentes e sorrateiras) empreendam um ato de misericórdia por um ser humano que só fez o bem sem olhar a quem.

Estou em profunda consternação.