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Zeca mostra os dentes, mas está banguela


Zeca do PT voltou. Antes de ser eleito deputado estadual, no ano passado, ele havia feito um contrato com o bom senso e o pragmatismo político. Deu apoio à candidatura de Eduardo Riedel, surpreendendo a classe política, correndo o risco de ser demonizado pelo seu partido por fazer uma aliança com um bolsonarista moderado.

Essa estratégia funcionou. Os votos petistas foram fundamentais para Riedel vencer o pleito.

Eleito parlamentar estadual, Zeca assumiu a função de liderança do petismo na Assembleia, afirmou num primeiro momento que estava feliz como pinto no lixo na cadeira, descartando ser candidato a prefeito de Campo Grande, quando seu nome começou a ser especulado.

Como em política não existe vácuo, logo em seguida começou a aparecer o nome da Deputada Federal Camila Jara, uma estrela em ascenção no PT/MS, como possível candidata à prefeitura da Capital.

Zeca então reviu sua posição inicial e agora jura que será candidato à prefeitura da Capital, dando um chega pra lá em Jara. Na verdade, como o PT em Mato Grosso do Sul transformou-se num partido oligárquico, jamais essa cúpula tradicional permitirá que o novo nasça, sem antes ajoelhar aos pés dos antigos donatários que dominam a máquina partidária.

Zeca está com muito ciúmes de Jara porque ela vem se transformando numa das queridinhas de Lula e Janja, em Brasília, o que para Zeca, Família & Agregados é um verdadeiro acinte.

Hoje (13/07) o Correio do Estado publica reportagem anunciando que o deputado Zeca está disposto a romper com o Governo Riedel caso seu espaço na administração estadual (a Agraer-MS, subordinada à Secretaria do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação - Semadesc) não funcione no esquema de porteira fechada.

Zeca é adepto da velha política, deseja ser coronel de um micro-espaço de poder, não admitindo que seus prepostos sejam contrariados. Para esquentar a "crise" sugere a criminalização de seus algozes (no caso o secretário Jaime Verruck e Pedro Caravina), dando ouvidos ao fofoqueiro Washington Willeman, titular da Agraer-MS, petista que deseja aparelhar o órgão nos moldes já conhecidos.

"O Jaime (Verruck) manda no Governo e Riedel tem medo dele", afirma Zeca. Um exagero, lógico. pois a história do Secretário é o de pessoa tecnicamente competente, rígido com a coisa pública, discreto, com capacidade acima da média quando se trata de gestão honesta e transparente. Na verdade, Verruck é um dos melhores quadros de Riedel.

Zeca está perdendo a oportunidade de ficar calado. Sua posição beira o ridículo, pois denota que está impregnado por uma mentalidade clientelista, na melhor tradição dos políticos do Centrão.

Ao vocalizar sua intenção de romper com o Governo, sugerindo nas entrelinhas uma sanha chantagista, poderá logo à frente se surpreender quando souber que ninguém está dando a mínima. 

A decadência começa assim