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Alexsandro Nogueira: Sula, Roberto e a baderna de Lula

Sula Miranda, cantora


Soube pelo jornal “O Globo” da benevolente atitude da rainha dos caminhoneiros, Sula Miranda, que levou quentinhas aos motoristas em greve. Já de  Roberto Carlos, autor das canções que embalaram os frenesis românticos nas estradas, nada. Esperei, esperei, mas o rei não abriu a boca e se posicionou sobre o fato. 

Vai ver faz parte do script do cara.


Coloco os nomes dos artistas em ordem de importância na boléia. A cantora foi musa da classe lá nos idos dos anos 80, com sua cafoninha “Caminhoneiro do Amor”. Já RC, sempre foi trilha sonora dos inferninhos das estradas e consagrou-se com os homens do volante depois de pilotar um Mercedão e cantarolar o hit “Caminhoneiro”. Bastou para a canção causar frisson e infestar as AMs e FMs da vida.

Ambas as músicas (de um mau gosto extremo) são culpadas pelos meus traumas melódicos que carrego desde infância. Até hoje, 34 anos depois, não ligo o rádio nos fins de semana com medo de ser surpreendido com aqueles vibratos e as frases: “E vai e vem não tem parada, traz uma carga de saudade na chegada...” ou “Mas eu ando com cuidado, não me arrisco na banguela...”. 


Arrisco a dizer que se não fosse a influência musical que meus amigos exerceram sobre mim no fim dos anos 80, teria sucumbido ao estilo brega. Obrigado moçada que freqüentava a Travessa Italva e também a galera daquela banda de rock formada na Rua Praia de Maranduba.


Mas vamos pular no tempo porque o texto acima é só uma recordação da minha adolescência e contorna minha memória afetiva. Falar de caminhoneiro, diesel, estradas não tem nada de engraçado e nos remete a um presente temeroso: um país em processo de deterioração.


Puxo pela memória para tentar lembrar onde essa lambança começou. Antes de regressar à história e à tripulação do Santa Maria, Pinta e Nina, busco respostas num passado mais recente. 


O mais comum seria culpar o presidente Temer e sua turma pela crise. É mais conveniente, o cara tá numa maré braba, não aponta caminhos para recuperar o País e convive com uma oposição em processo de expansão. 


Mas, em se tratando de crise e preços de combustíveis, arrisco a dizer que o buraco é mais embaixo. Vem de administrações contínuas e mal sucedidas no comando País. Para ser mais direto, tem o dedo podre da gestão petista no meio de tudo isso.



É impossível falar dessa bagunça toda sem mencionar a dupla Lula e Dilma, uma espécie de Batman e Robin da corrupção que transformou a Petrobras num reduto de criminosos direcionados a realizar saques em benefício dos seus aliados.


Olhando por esse espectro, a equação fecha: PT, desfalque na Petrobrás, empreiteiras e o resultado desse rombo todo chegou nas bombas de combustíveis e no bolso do consumidor.


Ninguém é obrigado a concordar comigo, mas não consigo dissociar o que está acontecendo no Brasil com os 13 anos de gestão do petista no Planalto. A crise, a greve, o conflito indígena, o câmbio, o enfraquecimento das instituições são a comprovação prática dos males do PT no comando da nação.


Infelizmente, a baderna, a corrupção e a ingerência criaram intimidade com os moradores do Planalto. São anos de abuso e agora a conta apareceu na ponta do lápis para o povo. Mas essa zona toda tem um símbolo: Lula, o personagem político que representa o fracasso humano para governar o Brasil.


O cara não veio ao mundo a passeio. Se eu tivesse as mesmas convicções religiosas dos calvinistas a respeito da teoria da predestinação, diria que Luiz Inácio foi parido carregando uma insígnia desde o ventre materno: de que seria o cara “serto” para ferrar o Brasil.



Jornalista e escritor