Um amigo me liga e pergunta: você “acertou” com o Governo Azambuja? A palavra “acertou” pode ter várias conotações, mas eu sabia do que se tratava. Tive vontade de rir. Respondi como jornalista: por que você está fazendo essa pergunta?
Veio a preleção: a fofoca surgiu no mercado porque não estou criticando mais Azambuja de maneira contundente como vinha fazendo, “você está quieto demais”, “mansinho de passar a mão” e por aí foi...
Daí, o raciocínio é simples: houve um acordo pecuniário que garante o seu silêncio.
Devo esclarecer: o Governo Azambuja não é uma questão de obsessão; apenas achei que como cidadão e jornalista ( detentor de informações privilegiadas) tinha a obrigação moral de mostrar o que era a República de Maracaju em sua essência. Uma fraude.
No começo, a tropa de choque do partido difundiu que eu estava ressentido porque não tinha conseguido uma boca dentro do aparato do Estado. Depois, alegaram que eu estava tentando chantagear o governador para ganhar uma baba com acordos submersos vis a vis com agências de publicidade.
Essa turma esqueceu que Azambuja usou (ainda usa) o aparato repressor do Estado (Casa Civil, secretaria de Segurança e influência no judiciário) para me intimidar. Coisa de gente fascista, que não elabora minimamente o que é viver de maneira republicana numa democracia.
(Um dia ainda conto essa história com detalhes).
São essas atitudes que criam em mim uma métrica moral para avaliar governos. Dizem que Puccinelli era autoritário. Durante mais de 6 anos escrevi pesado contra ele. Nunca houve uma ameaça, uma reclamação, uma contrariedade. No máximo, conversas para esclarecimento e troca de pontos de vista.
Estou deixando Azambuja um pouco pra lá por outras razões. Senti que caiu a ficha da sociedade em relação a ele. As minhas críticas foram incorporadas pelo senso político.
Todas as coisas que escrevi nos últimos dois anos revelaram-se acertadas. Claro, eu conhecia a alma da besta, portanto não foi esperteza nem inteligência minha mostrar a cloaca do esquema que se assenhoreou do poder em Mato Grosso do Sul.
Atualmente, parece que há um consenso sobre a ruindade de Azambuja & Cia. Seu governo vai se esfarelar por causa da multiplicidade de oportunistas querendo usar a máquina do Estado para turbinar candidaturas em 2018.
Tem muito afobadinho “construindo” caixa de campanha. Uma hora, a coisa escapa pelo desvão dos dedos e, pronto, tá armado o escândalo que dificilmente será controlado.
Tenho visto pesquisas internas sobre avaliação da República de Maracaju em Campo Grande (maior colégio eleitoral do Estado) e posso dizer, com alguma margem de certeza, que, continuando do jeito que vai, o eleitorado vai mandar Reinaldo de volta para seus afazeres no campo.
De fato, seu mundo é numa hacienda do século XIX.
Reitero que Azambuja continua a fazer um governo com sabor de sorvete de capim brachiária. Pessoas não sabem o gosto que tem; só os bovinos podem dizer, mas esses não falam. Portanto...
Seu grande problema é que ele é um homem com cabeça mediana do mundo do agronegócios. Ele não tem uma política de comunicação (não por culpa dos profissionais da área, que são bons) que faça conexões sociais que permitam que se elaborem conceitos assertivos sobre sua gestão. Mas não vou ensinar a missa para o vigário.
No seu entorno, falta inteligência. Ou alguém imagina que possa haver qualquer laivo de raciocínio sofisticado entre Sérgio de Paula, Carlos Assis, Riedel e Márcio Monteiro?. Piada.
Azambuja estará liquidado em 2018. Pior: será o melhor cabo eleitoral que qualquer adversário um dia imaginou ter numa eleição.