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Corte de gastos do Governo MS: a hora de punir os inocentes


O Governo do Estado está anunciando que vai promover um corte no custeio da máquina pública para equilibrar suas finanças. 

A primeira coisa que o cidadão deve perguntar é: "ué!", onde estava a política de austeridade que tanto propagandearam nesses últimos dois anos?". 

A resposta vem sendo dada nos últimos seis meses por esse blog: ela não existe e nunca existiu, pois o governo adotou a sábia política de contratar aos borbotões, reajustar contratos de maneira imprudente, gastar com propaganda inútil, enfim, apostar no populismo e no patrimonialismo para se preparar paras as eleições municipais, acreditando que criaria a hegemonia tucana em Mato Grosso do Sul. 

O que salvou a administração pública no ano passado foi a contabilidade criativa: o senado aprovou a proposta do senador José Serra e os governos estaduais conseguiram levantar dinheiro extra puxando para dentro de seu caixa depósitos judiciais (aliás, o nosso Poder Judiciário, já sabe que esses recursos nunca mais serão devolvidos) para tapar buracos e fazer mais despesa inútil. 

Agora, diante da dura realidade, o governador manda avisar que vai cortar 20% dos 2400 cargos comissionados, ou seja, demitirá 280 servidores, fazendo muito marketing e pouca economia real. Na ponta do lápis não vai nem arranhar o cerne do problema.

Trata-se, na verdade, de punir os inocentes. Gostaria de ver a cara de alguns milotontos (escolhidos a dedo) quando receberem o bilhete azul.

O grosso da dinheirama que devia ser cortado bem que poderia ser proveniente dos benefícios que atendem segmentos privilegiados do funcionalismo (delegados de polícia, fiscais de renda e outros), dos contratos nababescos em várias áreas, da farra com eventos políticos (denominados "culturais"), dos agrados ex-oficiais, enfim, daquilo que secretários bem posicionados no esquema de poder jamais permitirão que sejam tocados, visto se tratar "estruturas" consolidadas para financiamento de campanhas eleitorais. 

No mais, de acordo com o programa do PSDB, bem que Azambuja poderia aproveitar o ensejo para promover um programa de privatização de empresas onerosas e pouco eficientes como Sanesul e MS-Gás, o que daria até para levantar um troco buscando dar cumprimento às metas fiscais do Estado. 

Espera-se que o enxugamento do Governo não fique apenas nas aparências e penetre fundo os setores que gastam horrores sem nenhuma eficiência. 

Espera-se também que tudo seja feito de maneira transparente porque, até o momento, a impressão que sobressai é de que o Governo tem se esforçado para enganar a sociedade sem mostrar o verdadeiro caos que vem promovendo nos últimos anos.