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Alexsandro Nogueira: no coração das trevas

O mundo anda meio doido pra onde quer que se olhe. Abri o Facebook hoje e vi gente lamentando a morte do ditador cubano Fidel Castro. Não lamento, nem comemoro. 

Cada homem tem sua história marcada por sombras, luzes e ressentimentos. Fidel escolheu as trevas e mergulhou Cuba num mundo tenebroso por quase 60 anos. Vendeu o sonho de uma sociedade justa e igualitária, mas como toda utopia, não explicou como se chega lá. 

Criou o mito da eficiência cubana na medicina e educação. Tudo bravata. Cuba é um país pobre, miserável, onde uma dama é capaz de se prostituir pra conseguir comprar um sabonete ou pasta de dente. 

Nas décadas que esteve no poder, Castro difundiu o mantra de que o sofrimento material dos cubanos estaria ligado ao embargo econômico que o governo americano impôs à Ilha. Conversa fiada. 

O que Cuba quer comprar dos Estados Unidos que não podia comprar da União Europeia? 

Em relação a essa polêmica é preciso esclarecer as coisas.  A restrição comercial entre EUA e Cuba veio a partir de 1961, em represália a desapropriação de 900 empresas americanas na Ilha, sem pagamento de indenização aos proprietários. 

Mesmo assim, a América negocia remédios e alimentos com Cuba.  É hora de prestar minha homenagem. Não a Fidel, mas às famílias dos 27 mil corpos que estão no fundo do Golfo do México porque tentaram fugir da tal “felicidade” imposta pelo comandante à Ilha. 

Adiós, companheiro. Ya escucho tus gritos en las trevas.