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A hora de beijar a onça


Os nojentinhos da moral alheia devem se lembrar da foto acima. A imagem é histórica. Lula e Maluf consagrando Haddad na famosa campanha para a prefeitura de São Paulo em 2012. 

É isso: em política, principalmente numa disputa de segundo turno, todo e qualquer candidato tem que aprender a beijar a onça. 

Se dependesse disso para vencer uma eleição, Rose beijaria até um gorila na boca. Faz parte do jogo. 

Campanha eleitoral é coisa de adultos. Criancinhas de almas atormentadas não entram na festa. 

Reclamam que Marquinhos Trad aceitou o apoio de Zeca do PT e do PC do B, embalado como presente o controverso Marcelo Heitor, menino travesso que cometeu erros na vida pelo fato de ser boquirroto, mas que está pagando seu preço por amargurar derrota com 500 votos na última eleição para vereador. 

Alguém de sã consciência imagina essa turma da esquerda fazendo a cabeça de Marquinhos Trad?

Alguém acha possível o candidato do PSD ficar encantado com teses socializantes e querer aplicar à realidade de Campo Grande? 

Alguém, por exemplo, viu alguma diferença depois que centenas de militantes petistas foram contratados e passaram a ocupar posições de destaque no Governo Azambuja nos últimos anos?

Essa é a questão. 

Parcela da esquerda - não toda, porque uma boa parte está fechada com Rose - decidiu que é melhor apoiar Marquinhos por uma questão tática: eles se convenceram de que a hegemonia do PSDB desequilibra as relações de forças políticas dentro do Estado. 

Concordo com eles. É saudável para a nossa democracia que a candidata Rose Modesto não vença a eleição do próximo dia 30. 

Isso também é bom para os projetos futuros dos partidos políticos que estão na praça. 

O fato é que, depois da eleição, cada parte recolherá seus cacos e começará a pensar em 2018. Simples assim.