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Todo mundo faz



O Juiz Sérgio Moro está certo: se caixa 2 em campanhas eleitorais for um fato trivial, algo que "tudo mundo faz", então devemos considerar assalto a banco a mesma coisa, ou seja, um crime que não pode ser levado em conta porque todo dia acontece e "muita gente faz".

Se João Santana e Mônica Moura não "internalizaram" essa informação, inscrita nos termos de soltura de suas respectivas prisões, ocorrida nesta segunda-feira em Curitiba, eles provavelmente incorrerão novamente no mesmo delito, assim que passar o susto.

É mais do que evidente que o publicitário e sua esposa não dão a mínima pelota para argumentos contrários ao uso de caixa 2 como elemento de criminalidade, visto que estão convencidos que se trata de coisa da vida, tão normal como respirar.

Na verdade, a quase totalidade dos marqueteiros do País pensa da mesma maneira.

Tenho sérias dúvidas se qualquer um deles na hora de receber o dinheiro do seu trabalho pergunte qual a origem do ervanário.

Isso se chama cultura do crime. Será preciso prender muitos Santanas e Mouras para que essa prática seja minimamente alterada na cabeça dessa gente.

A campanha municipal está apenas começando e todos os candidatos estão preocupados com uma única coisa: como vão disfarçar o uso de caixa 2 para não chamar a atenção das autoridades e dos eleitores.

Ficaremos surpresos como a criatividade pode ser usada para a perpetuação de uma atividade criminosa, que "todo mundo faz".