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O velho normal na nova política


Leio num desses sites que se transformaram numa extensão do Diário Oficial que o subsecretário de comunicação do Governo Azambuja, Rodrigo Mendes (testa-de-ferro de Eduardo Guedes, o marqueteiro de Aécio Neves, condenado recentemente no Mensalão Mineiro e outros escândalos) está deixando seu posto para assumir a coordenação de campanha de Rose “Falsiane” Modesto.

No seu lugar assume o jornalista Ricardo Campos, também do esquema mineiro. Ação entre amigos.
De acordo com a informação veiculada, além da campanha de Rose, Mendes vai direcionar as linhas estratégicas do marketing dos tucanos em cidades do interior de Mato Grosso do Sul.

Comento tal fato com um amigo e ele dá de ombros: “isso é normal; sempre foi assim”.
Puxo pela memória: não me lembro que esse pula-pula tenha ocorrido em qualquer outro governo.

Alguém me ajude a lembrar, por favor, porque até onde minhas sinapses alcançam, desde o nascimento de Mato Grosso do Sul, já tivemos no comando da comunicação oficial figurinhas diversas (vindas de todos os lugares), mas sempre permaneciam no posto nas campanhas eleitorais, não misturando lé com cré.

O Governo Reinaldo Azambuja inova nesse segmento. Ele chama isso de “gestão”, ou seja, remaneja pessoas do público para o privado sem dar pelota para coisas triviais como republicanismo, moralismo e, pior, desconfiômetro.

Estou com tênue tendência a achar que essas coisas não são normais. Tem cheiro de ralo. Parece ação de máfias organizadas num setor maculado pela completa falta de discernimento entre dever do Estado e a atividade empresarial.

Não é à toa que personagens como Eduardo Guedes, Duda Mendonça, João Santana etc, etc, se enrolam tanto em campanhas eleitorais.

Sinceramente, alguém acha “normal” que Rodrigo Mendes pule do Governo para a iniciativa privada e, depois da campanha, faça o caminho de volta, sem deixar pingos de lama pelo caminho?
Ainda bem que todo mundo é idiota e não percebe essas coisas. Ufa!

Eduardo Guedes (óculos escuros)