A união do oportunismo com a mediocridade
nunca deu certo em nenhum lugar do mundo
Na minha modesta opinião não é de bom-tom aproveitar, oportunisticamente, um evento importante no quesito do desenvolvimento econômico para convocar os holofotes e pontuar uma questão política totalmente fora do lugar e contexto para a torcida organizada.
Foi o que fez a senadora Tereza Cristina em Inocência, nesta última quarta-feira, durante o lançamento da indústria de celulose Arauco, um dos maiores investimentos do setor em escala internacional, cujo destaque devia ser o presidente em exercício Geraldo Alckmin e o governador Eduardo Riedel.
Mas a vaidade humana tem razões que a própria razão desconhece.
A senadora incrivelmente achou que o momento era adequado para dar palanque a um tema meramente paroquial, defendendo a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, dos ataques que vem sofrendo, com sérios riscos de perder o mandato pelo combo compra de votos, corrupção e má gestão.
No pronunciamento, a senadora bradiu retoricamente sua valentia de ocasião: "Nós, mulheres, somos frágeis, mas firmes, e nada faz com que a gente desista! Ela (Adriane, que estava sentada à sua frente) vai virar a página de muita coisa que precisa ficar no passado. Fique firme, forte e olhe para frente, que a história vai mudar. Vocês aí que estão jogando pedra e pau, vão engolir o que estão dizendo”.
Estas palavras têm suas razões de ser: o burburinho dos bastidores dizem que Tereza abandonou Adriane à sua própria sorte nos últimos meses, viralizando a frase da música de Jorge Ben Jor ("cadê Tereza?). De fato, tem algo de errado nesta história porque após a vitória de Lopes nas últimas eleições, Tereza levantou o troféu atribuindo a si a conquista eleitoral da prefeitinha.
Enfim, como era esperado, a senadora performou, nomeou seus apaniguados, e, como se dissesse "toma que o filho é seu", foi cuidar de seus interesses em Brasília.
Enquanto isso, Adriane começou a ser triturada pela imprensa, pela oposição, pelo seu José e Dona Maria, sem reagir adequadamente, fazendo cara de paisagem, fingindo que Campo Grande era quase que o paraíso na Terra.
Não há quem reconheça méritos em Adriane Lopes. Sua única preocupação é enriquecer sua família e apaniguados. A corrente de raiva e ressentimento que ela está criando certamente vai impactar em 2026, caso ela não tenha um plano de reversão de expectativa.
Não há sinais disso. Ela parece abobada. Deve ter sido mesmerizada pelos pastores que a cercam, acreditando que surgirá uma luz no céu que vai salvá-la da enrascada em que se meteu. Sinto informá-la que seu destino poderá ser o mesmo que arruinou Alcides Bernal no passado;
Adriane é burrinha. Sua equipe (salvo algumas exceções) está abaixo da mediocridade. Sinto pena de Campo Grande. Os eleitores não conseguem acertar uma. Deixo aqui meus pêsames.