Rose Modesto e Marquinhos Trad
Tenho uma teoria para explicar a derrota de Rose Falsiane: as abstenções. Foram mais de 180 mil eleitores que não compareceram às urnas.
Sei que alguns vão discordar. Toda derrota (ou vitória) é multifatorial e não pertence, individualmente, a ninguém. Depois de tudo, apontam-se culpas e responsabilizam-se os heróis de si mesmos. Tudo lorota. Quem perde ou ganha deve tudo ao movimento produzido pelas circunstâncias.
Quem amarra melhor os consensos, quem erra menos, quem produz mais vapor e sabe gastar melhor o dinheiro sai em vantagem. O resto é história.
Vamos à minha tese: pelos levantamentos do Instituto Quaest e Datafolha na cidade de São Paulo a maioria daqueles que não se dispõem a ir votar, em sua maioria, são moradores da periferia, idosos e jovens entre 18 e 25 anos.
Se fizermos uma transposição da realidade paulistana para a de Campo Grande é possível intuir que o mesmo fenômeno (com suas devidas ponderações) pode acontecer em cidades médias como Campo Grande.
Essa massa foi, em larga medida, o público alvo da candidata do União Brasil. São os filhos de Rose, atraídos pelo coitadismo, pobrismo e vitimismo.
O pobre está desanimado de votar e ver sua vida continuar a mesma. Rose tem cara de falsa promessa. É o populismo de sempre, desta vez mascando chiclete nos debate da TV.
Por isso, a prefeitinha papou. Ela cevou a classe média e a média baixa. Deu certo.
Interessante: Rose subia nos palanques e bradava que confiavam em deus e no povo. Os dois a abandonaram.
Acho que a agitação nevrótica da campanha não permitiu que Falsiane prestasse atenção naqueles que o acompanhavam: ela conseguiu reunir em torno de si a pior turma "curva de rio" da cidade.
Os mais radicais - foi essa impressão que soçobrou - pertenciam ao grupo de Marquinhos Trad. Eles produziram e divulgaram material pesado contra Adriane, muitos por mágoa, outros com expectativa de voltar para o poder e outros aguardando a vez de implementar a "folha secreta" versão 2.0.
Hoje, certamente, eles estão por aí fugindo dos cobradores, lambendo as feridas, tentando descobrir o que foi que deu errado. Se aparecerem para conversar comigo tentarei explicar e não cobrarei a consultoria.
Esperemos agora a próxima eleição de 2026.
PS - Estão cantando em verso e prosa de que a grande vitoriosa da eleição de Campo Grande foi a senadora Tereza Cristina e o grande perdedor foi o ex-governador Reinaldo Azambuja. Penso diferente. Mesmo porque esse é o marketing de ocasião e as pessoas precisam individualizar os derrotados e os vitoriosos do momento. O buraco é mais embaixo.