Um ano após o fatídico 7 de outubro, o cenário da guerra entre Hamas, Hezbollah, Irã e Israel permanece uma realidade sombria e extremamente complexa.
Neste aniversário do conflito, a constatação é clara: ninguém saiu vitorioso desse confronto. As narrativas que surgem a partir dessa batalha são diversas, mas a verdade é que estamos diante de uma disputa sangrenta sem nome e sem vencedor.
Pelos olhos da história, esta é, sem dúvida, uma das batalhas mais cruéis e desumanas desde 1947, quando a ONU decidiu pelo retorno dos judeus a Israel.
Esse episódio foi o ponto de partida para conflitos sangrentos que levariam ao surgimento de grupos armados, como o Hamas, que se infiltram em túneis sob casas, escolas, mesquitas e hospitais, usando civis inocentes como escudos humanos para suas atrocidades.
O Hamas construiu uma cidade debaixo de cidades Palestinas.
Antes de questionarmos a ferocidade do exército judeu contra os inimigos, é preciso lembrar que desde o início do conflito, a responsabilidade de Israel era dupla: não apenas se defender, mas também buscar a destruição desses inimigos que tem uma estranha tara por gente e cidades carbonizadas.
Claro que é preciso compadecer-se dos palestinos que vivem sem pátria e enfrentam diariamente a pressão dos assentamentos e das restrições impostas por Israel. Essas realidades não podem ser ignoradas, pois elas refletem o sofrimento humano em uma região marcada pela disputa territorial e pelas feridas abertas de um passado conturbado.
Contudo, nada pode justificar os atos atrozes cometidos pelo Hamas em 7 de outubro — assassinatos, mutilações, sequestros e abusos sexuais. E num momento em que se pensou que havia uma paz duradoura.
A brutalidade do ataque não apenas chocou o mundo, mas também complicou ainda mais a situação na região.
Compreender a dinâmica desse conflito requer mais do que uma análise crítica e isenta. É necessário considerar tanto as vítimas quanto os perpetradores. É essencial distinguir entre a luta legítima por direitos e a violência desmedida que atenta contra a dignidade humana.
O futuro da região passa, inevitavelmente, por um diálogo que transcenda o ódio e a vingança. A paz não será alcançada enquanto as feridas do passado permanecerem abertas, e enquanto houver um lado rancoroso que se sinta injustiçado.
Para que um novo começo se torne viável, é necessário que líderes de ambos os lados se comprometam a buscar soluções que respeitem a dignidade e os direitos de todos. É difícil, quase impossível, mas é preciso tentar.
É preciso que os discursos de ódio e ressentimento sejam substituídos por narrativas de reconciliação.
As vozes que clamam por paz e justiça precisam ser amplificadas, tanto entre israelenses quanto entre persas e palestinos.
A construção de um futuro pacífico requer coragem para enfrentar as verdades mais dolorosas, além de um compromisso genuíno com as próximas gerações.