Estalidos
Por que varrer as folhas secas que descansam?
Por que acordá-las do sono da morte a lhes conferir
a dignidade do ciclo cumprido?
Não perturbe o repouso de quem lhe deu sombra.
Não desfaça o tapete delicadamente traçado pelo vento.
Deixe que os pés lhe reconheçam.
Que os estalidos ecoem pelas calçadas
numa espécie de cardioversão.
Poeta, jornalista, cronista, reside em Brasília, colaboradora do blog