Assistindo um trecho do filme Perfume de Mulher, notei o personagem tenente-coronel Frank Slade (interpretação magistral de Al Pacino) dizendo que o componente principal de um líder é a coragem.

Veio a calhar, nesse momento de campanha política.

Eu sinto a chamada “vergonha alheia” quando escuto candidatos e candidatas exprimirem conceitos puramente lastreados em busca do voto fácil, do “desejo da população” – que não se pode apurar – falando bobagens populistas mesmo contra conceitos técnicos e científicos ou princípios básicos de administração pública.

Cada dia mais correta a afirmação de Umberto Eco, que “a internet deu voz a uma legião de imbecis”. Pior, essa legião está conduzindo os candidatos que se acovardam e morrem de medo dos “especialistas” que pululam na rede global, e que despejam imbecilidades de toda ordem, facilmente desmontadas por quem conhece do assunto, e que ainda existem!

Vivi esses meus setenta anos na esperança do tal país do futuro. Hoje, sendo muito otimista, tenho certeza de um futuro – em curto prazo – desolador, absolutamente desolador, sem pessoas com coragem de exprimirem a sua opinião, fracos, servis.

Não precisamos (mais) de salvadores da pátria despejando lemas fáceis, mas desprovidos de conteúdo, messiânicos, lastreados em templos ou distribuindo migalhas aos pobres.

Comece olhando para sua cidade, nessa campanha, desprovida de coragem.