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Alexsandro Nogueira*: quem inventou a matemática?



A matemática é frequentemente definida como a ciência que, por meio do raciocínio dedutivo, estuda um conjunto de regras e números que buscam explicar os fenômenos da natureza.


No entanto, essa definição carrega uma pergunta emblemática: quem, de fato, criou os cálculos, fórmulas e equações? Martin Lindstrom, escritor dinamarquês, está atrás da resposta, mas adianta que essa pergunta é um enigma.


O autor ainda acrescenta mais complexidade e dúvidas às nossas inquietações sobre o tema.Ele afirma que os números, expressões e lógicas existem apenas na cabeça dos homens e não podemos sentí-los ou tocá-los.


Só no espaço mental somos capazes de resolver operações simples — como entender que dois mais dois são quatro — e, com isso, conseguindo estendendo o raciocínio a fórmulas numéricas do movimento dos planetas, do buraco negro e a vasta distância entre as galáxias.


Portanto, essa percepção de interpretar e descrever a realidade por meio da lógica revela a profundidade e a beleza dessa ciência, que nos permite compreender o cosmos de maneira que, à primeira vista, pode parecer inatingível.


Diante dessa grandiosidade, surge uma pergunta perturbadora: quem, de fato, criou essa ciência tão absoluta e infinita? Duas hipóteses se apresentam. A primeira sugere que a matemática é uma invenção humana, um esforço para compreendermos a magnitude do mundo à nossa volta.


Se essa hipótese se confirmar, a origem dos cálculos é, portanto, natural, restringindo-se à nossa realidade terráquea e ao nosso entendimento humano desde os primórdios.


A segunda hipótese, porém, nos leva a um território mais filosófico e intrigante: e se a matemática sempre existiu, independente da nossa compreensão mundana? Se essa premissa for verdadeira, os cálculos assumem uma dimensão sobrenatural, sua origem talvez residindo além de todas as galáxias.


Isso implicaria que, se as equações conseguem decifrar os mistérios da Via Láctea, então a Matemática é, de fato, maior que o próprio Universo.


O Criador desse método, por sua vez, precisaria ser um Ser que transcende todas as limitações da atmosfera. Certo?


É um raciocínio para explodir cabeças e que desafia a lógica convencional. Consideremos o número pi (π), uma constante irracional e infinita. É difícil imaginar que uma mente humana, mesmo a mais brilhante, pudesse ter concebido uma entidade tão complexa.


Além disso, se os códigos matemáticos são capazes de descrever tudo que existe, isso sugere um Universo elaborado com um Design Inteligente.


Um exemplo notável dessa complexidade é o “Conjunto de Mandelbrot”, que ilustra que as formas geométricas se repetem infinitamente, revelando uma realidade muito mais vasta e intrincada do que nossa percepção cotidiana.


Tal fórmula, da descoberta dos fractais na década de 1970, não só surpreendeu pesquisadores, mas também nos mostrou a impressionante similaridade entre as estruturas matemáticas e a própria natureza.


Essa interconexão sugere que quem criou as contas e os números da aritmética e geometria seria o mesmo Ser que rege a biologia e a botânica.


Desta maneira, a matemática se revela como uma linguagem universal que não apenas explica o cosmos, mas também reflete a intrincada harmonia da vida e um elo com o sobrenatural.


Essa reflexão nos faz considerar que por trás da ordem matemática, reside um propósito Divino que talvez ainda estejamos longe por compreender.

Ainda somos pequenos diante de tanta grandeza.



Alexsandro Nogueira é jornalista, escritor, músico e colaborador do Blog