Camila Nascimento (Avante), uma burocrata insípida
com jeitão de ricaça será a vice de Adriane
O que tem a ver a campanha para prefeito de Campo Grande, com os candidatos desfilando nas redes sociais como se estivessem fazendo turismo na ilha da fantasia, com a disputa que vem ocorrendo na Assembleia Legislativa e no Tribunal de Contas em torno da aposentadoria de Valdir Neves? Aparentemente, nada.
Mas tem muito borogodó nesse angu e a coisa vai pegar fogo porque Jerson Domingos, o nariz de Gogol, pretende ser o pedra no sapato de Azambuja e Beto Pereira por longo período por razões que nem a razão conhece.
Outro tema: como foi que a prefeita Adriane Lopes conseguiu escolher uma candidata a vice, depois de receber a recusa de uma dezena de convidados (sem contar o deputado Ovando, claro) num processo tortuoso que sinaliza que essa abnegada pastora virou veneno puro no nosso ambiente político?
Finalmente, Lopes conseguiu a aceitação de Camila Nascimento (Avante), uma burocrata insípida, com pose de madame, que nunca pisou no barro e também nunca colocou os saltos altos nos bairros distantes da cidade, trabalhando como chefe da previdência social dos servidores municipais durante a gestão de Marquinhos Trad, garantindo caixa para a prefeitura nos momentos de aperto, na medida que descontava a contribuição previdenciária dos salários, mas era tolerante na hora de transferir o dinheiro para o caixa do Instituto (chamam isso de apropriação indébita ou pedalada fiscal, né?).
Mais: o que tem a ver a campanha eleitoral para prefeito com a chamada "absolvição sumária" do ex-prefeito Marquinhos Trad", assunto que se tornou mais nebuloso depois que a decisão estourou na cidade, dividindo opinião, uns achando que ele ganhou essa no tapetão, outros acreditando na declaração de Marquinhos de que tudo não passou de uma tenebrosa armação "que antecipou o falecimento de sua mãe, dona Terezinha Trad".
Vejam: até a mãe entrou nessa como ativo de campanha. Sério, muito sério.
Ontem conversei longamente com o ex-prefeito em seu escritório. Ele me apresentou todos os elementos de sua defesa. É um extenso material. Tem de tudo, fotos, gravações, documentos, depoimentos, cópias de conversas em whatsapp, instagram, enfim, um conjunto de elementos probatórios capaz que engendrar uma narrativa novelecesca convincente.
Se Marquinhos for eleito vereador dará muito trabalho para os atuais incumbentes.
Detalhe: quando solicitei a leitura da sentença da juiza Eucélia Moreira Cassal ele me negou, alegando segredo de justiça. Tecnica e eticamente está correto. Mas só com esse documento ele poderia fechar sua história e convencer que foi injustiçado pelos seus algozes políticos. Por isso, não posso dizer se tudo que a imprensa tem publicado é toda a verdade e que a influência de bastidores (com conversas no escurinho do cinema) pode ter influenciado a decisão.
Sou muito desconfiado (e burro) para aceitar histórias fáceis e perfeitas.
O conceito da juíza Eucélia Moreira Cassal no mundo jurídico sul-mato-grossense é de que ela é demasiadamente maleável e pouco inteligente. Não sei, não a conheço, mas essa imagem é consensual entre advogados, embora isso possa decorrer do fato dela ser muito discreta, vivendo praticamente na obscuridade.
Todos esses fatos - e outros mais - estão movimentando os bastidores, em meio a pesquisas furadas, intrigas esquisitas, com Rose Modesto mostrando pateticamente seu populismo de quinta (mas cheia de dinheiro), Adriane Lopes perdida, depurando mágoas com a senadora Tereza Cristina, e Beto Pereira sendo vigiado com lupa por seus adversários sobre a roupa que veste, o jeito que fala e a dancinha que ensaia. Parece que todo mundo quer ver o seu pescoço na guilhotina.
A campanha pra valer ainda não começou. Restringe-se apenas ao mundo político e ao zum-zum-zum do povão. Parece que a disputa será agressiva. O jogo de hoje ajuda a definir o que virá em 2026.
E lá na frente parece que a coisa vai ser, digamos, sangrenta. Quem viver, verá.