Estou em Campo Grande circulando pelas campanhas e assessorias de imprensa governamentais e parlamentares. A maioria dos jornalistas que conversa comigo se diz de esquerda, apoiadores do PT, amantes espirituais de Lula.
Tudo bem. Tem gosto pra tudo. A democracia é um sistema delicioso que muitas vezes se confunde com suruba de ideias. É bem melhor do que o outro, com seu bando de carolas, de dedo em riste, querendo impor suas ordens a tudo e todos.
O que chama a atenção é: qual a razão desse pessoal de esquerda trabalhar com a direita, sendo serviçais do poder. Sempre pergunto: seu assessorado sabe de sua preferência ideológica? Aí todos vão pra moita. Guardam segredo. Enganam o coitado do chefe.
Alguns me dizem que na hora de exercer o trabalho profissional a ideologia fica em casa. Ora, mas não é melhor e mais satisfatório trabalhar com aqueles que compartilham a mesma visão de mundo, os mesmos propósitos salvacionistas?
Mas e a grana?
Pois é: você é contra o capitalismo, defende Maduro, idolatra Janja, mas se rende ao explorador neoliberal na hora de ganhar o leitinho da das crianças...não sei não, há um dismorfismo aí, sem cabeça nem rabo.
Tem alguma coisa esquisita nisso. No meu planeta chamo isso de hipocrisia e mau-caratismo. No seu sistema solar, não sei como você chama. Mas que é esquisito, é.
Tem alguma coisa esquisita nisso. No meu planeta chamo isso de hipocrisia e mau-caratismo. No seu sistema solar, não sei como você chama. Mas que é esquisito, é.