Beto Pereira, Rose Modesto (líder das pesquisas) e Adriane Lopes se preparam para a campanha -
O instituto Quaest e a Ranking Brasil colocaram esta semana duas pesquisas na praça sobre a disputa eleitoral de Campo Grande. Não discuto os resultados.
Não se deve brigar com pesquisa porque cada levantamento utiliza metodologias, momentos e entrevistados diferentes.
Pesquisa é uma questão de fé.
A imprensa publica os números fornecidos pelos institutos e lava as mãos.
Os partidos avaliam e discutem estratégias que possam melhorar ou piorar a performance dos seus candidatos.
Enfim: pesquisas provocam ruídos e indicam sinais. Há farta literatura sobre o assunto.
Como ainda estamos na fase de pré-campanha, o fato de a candidatura de Rose Modesto ser preferida por cerca de 34% dos eleitores (na pesquisa estimulada), mas empatada tecnicamente com Beto pereira (na espontânea) ali na faixa de 15,8% e 13,6, respectivamente, significa que muita água ainda vai mover o moinho.
Reparem: a Ranking fez 2 mil entrevistas (contra 800 da Quaest, o que estatisticamente não significada muita coisa) e constatou que 54% dos entrevistados não sabem em quem vão votar.
Ou seja: mais da metade do eleitorado ainda não decidiu em que mãos vão colocar a sofrida Campo Grande.
Alguns detalhes me chamaram a atenção: a pesquisa da Quaest foi financiada por uma empresa chamada Cenpar Comunicações por R$ 131.880,00 (veja a foto da sede da empresa, que se parece um pardieiro, sem placa de identificação, aparentemente sem nenhum funcionário ou movimentação de trabalho).
A Ranking Brasil, por sua vez, cobrou pela aplicação de seus 2 mil questionários R$10 mil e o contratante figura como Douglas Welker Duarte de Souza (alguém conhece?)
A diferença entre as estruturas financiadoras das pesquisas é oceânica. Mas deixa pra lá...
Sede da Cenpar Comunicações, patrocinadora da pesquisa da Quaest
Colocando lado a lado as duas pesquisas sobressai a impressão que a Ranking está melhor estruturada, o que significa, a grosso modo, que pode ter um grau maior de confiabilidade.
Em ambos os levantamentos busca-se a base de dados do IBGE para estratificar a cidade.
Mesmo assim fico com a pulga atrás da orelha com os percentuais dos grupos selecionados quando se aplica os critérios de faixa etária, renda, sexo, local de moradia etc.
Na superfície ambas as pesquisas estão corretas, mas tem alguma coisa submersa que pode não bater se especialistas forem analisar com lupa. Não vou mexer com esse vespeiro.
Ontem, tarde da noite, troquei mensagem com um amigo jornalista e ele me disse que minha leitura da Quaest dava margem a equívocos.
Segundo ele as pesquisas nos tempos atuais são apenas aproximativas, mas o indicativo de que Rose está na frente é um dado verdadeiro por inúmeras razões.
Concordei porque sei que cada vez mais, no mundo inteiro, com o dinamismo social e a ideologização das campanhas os Institutos ainda não encontraram uma fórmula rápida e barata para aferir a temperatura eleitoral, que costuma se chamar "fotografia do momento".
Levantamentos precisos (tirante boca de urna) devem cruzar diversos modelos de levantamentos e cruzar informações variadas para que a conclusão seja a mais assertiva possível
Ou seja: pesquisas são imagens indicativas que se dissipam rapidamente no ar. Hoje, no Campograndenews, Mário Sérgio Lorenzetto, um experimentado analista político, insinuou que Rose Modesto se notabilizou nas últimas eleições pela síndrome do cavalo paraguaio.
É verdade.
Na minha modesta opinião, Rose figurar neste momento como a favorita é péssimo para ela.
Primeiro, todos os adversários vão tentar desconstruí-la (com exceção daqueles que a apoiam por debaixo dos panos) e segundo ela será colocada numa posição de maior risco, pois qualquer errinho soará grave, sem contar que ainda não se explorou suas relações nebulosas com Alcides Bernal e Gilmar Olarte, o que desmontará a ideia de que a moça de culturama é personagem angelical e "ficha limpa.
Outra coisa: qual é a verdade sobre sua relação umbilical com o PT, visto que recentemente ocupou um importante cargo federal na Sudeco por indicação de Lula? Rose evita falar sobre isso. Por que ?
Muita gente gostaria de saber. Veremos o que ela responderá. Tomara que fale a verdade, já que não está habituada a falar nada fora do script dos marqueteiros.