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Jerson Domingos poderá ser preso no desfecho da Operação Ormetà

 

Valdir Neves e Jerson Domingos são amigos de fé na luta para se livrar da cadeia - 

Todo mundo sabe que a Operação Ormetà foi o começo do fim do domínio da família Name no comando do crime organizado em Mato Grosso do Sul. 

É uma longa história de crime, tráfico, assassinato, lavagem de dinheiro, controle do sistema de segurança pública e forte influência no nosso sistema judiciário.

O capo di tutti capi ("chefe de todos os chefes") era Jamil Name, preso e morto por covid na penitenciária de Mossoró, sem ter seu julgamento concluído. Seu filho, Jamilzinho, continua encarcerado, condenado por assassinato.

Jerson Domingos era membro proeminente da famiglia, conhecido em Campo Grande como Rei do Jogo do bicho, e atualmente vem tentando limpar sua imagem ocupando cargos de proa no mundo institucional de Mato Grosso do Sul, na política, no empresariado, e agora sentado na cadeira da presidência do Tribunal de Contas do Estado.

Foi-se o tempo em que citar maliciosamente as relações familiares de Name e Domingos dava frio na espinha. O assunto sempre vinha com a advertência de que falar sobre isso era morte certa. 

Alguns jornalistas até hoje morrem de medo ao tratar do tema, pois temem ver acontecer com eles o que se sucedeu com alguns desavisados no passado.

Aquele poder que causava arrepio, imposto pela disseminação do medo e de ameaças tenebrosas dissipou-se. O ambiente está mais leve.  

Mas ainda permanece em alguns setores por causa do temor dos arreganhos dos dentes de Jersão, pois nunca se sabe o que pode acontecer quando bichos ficam acuados, correndo o risco de serem enjaulados.

Hoje Domingos trava uma briga judicial para não ser condenado e preso por anos de participação em atividades nada canônicas. 

Está grudado no cargo de presidente do TCE, tentando ser inocentado de processo que indica sua participação ativa numa das mais longevas organizações criminosas de Mato Grosso do Sul.

Se ele conseguir que o processo não saia do fórum local, correrá em vantagem, pois aqui ele tem juízes, promotores e desembargadores nas mãos. 

A sociedade esclarecida e bem informada do Estado sabe que a relação entre Domingos e Judiciário ultrapassa os formalismos tradicionais, formando uma teia de amizades muitas vezes compensada com grandes negócios e muito dinheiro.

Se Jerson tiver o azar de ser julgado pelas cortes federais como o STJ, a coisa pode se complicar, criando a perspectiva de que ele logo poderá fazer companhia com Valdir Neves, companheiro de lutas na vida política e no próprio TCE.

Enquanto tudo isso não se desdobra - trata-se de questão de tempo, já que Jerson declarou que "não aguenta mais e quer ser julgado logo" - o homem do nariz de Gogol (seu novo apelido) segue em campanha eleitoral para ajudar Rose Modesto na conquista da prefeitura de Campo Grande. 

Tem usado desbragadamente o Tribunal de Contas para fazer jogadas políticas pra lá de heterodoxa.

Alguém já se perguntou qual o zênite dessa aliança entre Jerson e Rose. Ah! Campo Grande, seu sobrenome é ingenuidade.