Pages

Se Beto Pereira e André Puccinelli somam forças, Campo Grande ganha

Beto Pereira e André Puccinelli, pré-candidatos à prefeitura de Campo Grande

As especulações políticas estão fervilhando em Campo Grande. Tem cenários para todos os gostos. É normal. Cada eleitor traz dentro de si uma espécie de técnico de futebol.

Para quem está do lado de fora, qualquer simulação da disputa consagra e derruba reputações. Por força do hábito e dos costumes olhamos diretamente para os nomes em disputa.

Imaginamos que o candidato sozinho carrega uma energia capaz de resolver todos os problemas da comunidade.

Imagina-se que campanha eleitoral é uma competição muita parecida com pelejas esportivas. Daí criam-se os bordões, os memes, os chavões, folclorizando a ideia de que eleição é um ritual com símbolos específicos e que, como num passe de mágica, alguém fará aparecer a cidade que sonhamos embarcando no jogo de imagens dos magos da marquetagem. As torcidas organizadas estão aí pra isso.

Prefiro, ao contrário, imaginar que eleição tem mais a ver com soma de propostas, pessoas e partidos que formulam a base de um contrato social (um documento republicano, digamos assim) e apresentam à sociedade para ser avaliado, discutido e votado. 

Assim, olhando por alto, podemos dizer que as candidaturas postas não podem ser consideradas boas ou más em sua essência. Na verdade, no atual momento, a confusão que o(a) eleitor(a) se depara diante do quadro fragmentado é que ele não consegue enxergar nomes que vão dar encaminhamento a soluções efetivas para Campo Grande.

Nossa cidade está quebrada. Nenhum dos candidatos, individualmente, resolverá o problema. Temos uma prefeita de quinta categoria, uma candidata populista e enganadora e vários candidatos com bom potencial, mas dispersos, envolvidos no emaranhado de interesses partidários, formulando combinações complexas para construir bancadas de bom nível para atuar na Câmara de Vereadores.

Como se sabe, hoje o Legislativo está mais empoderado do que nunca. Só este fato merece uma atenção especial de quem vota, fazendo um grande esforço de renovação, enxotando a camarilha que há anos vem mandando na Casa.

Por isso acredito que a possibilidade (improvável no momento) de André Puccinelli e Beto Pereira formarem uma frente, num gesto desprendido de unidade política estratégica, seria o melhor caminho para Campo Grande. 

Sei que se trata de mais um palpite em meio a tantos que estão sendo feitos no momento, mas a junção dessas duas lideranças dá segurança para a população de Campo Grande de que a cidade poderá ter um futuro, ter um rumo racional, mesmo porque há convergência ideológica entre os dois e ambos conhecem como gerir a Capital com alta competência política.

No mais, há um dado inescapável na história de Campo Grande: a cidade só se desenvolveu com qualidade quando PSDB e MDB estiveram juntos, em parceria. Claro que havia problemas, diferenças pontuais no jeito de fazer isso ou aquilo, mas os resultados apareciam.

Só depois que o populismo venceu sucessivamente, a bagunça política se instaurou, confundindo ao extremo política e religião, levando as contas públicas para o buraco, tragadas no torvelinho do empreguismo, da corrupção, no desleixo com a saúde e educação, enfim, no abandono dos valores que fomentaram o sonho de Campo Grande se transformar numa das melhores capitais do País.

No mundo ideal André e Beto Pereira teriam que caminhar juntos, turbinar uma ideia-força que possa criar um ambiente diferente do quadro político, saindo da mesmice e da sina da mediocridade.

É provável que se isso acontecer os idiotas de sempre abrirão a boca para evocar a alma penada de um anão moral qualquer e gritar "amarelou, amarelou", ou então, como é de praxe entre os medíocres de sempre elucubrar sobre "acertos nebulosos" nas catacumbas de suas consciências asininas. Essa gente merece o que aí está.

Será possível que não vamos dar uma chance para Campo Grande se levantar?

Por isso, afirmo: se está na hora de especular e criar possibilidades imaginárias, dou de barato que juntar Beto e Puccinelli nesta hora grave é a melhor saída.

Quem tiver outra proposta que apresente. E convença.