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André Patrola: O inimigo público numero 1 de Mato Grosso do Sul

Se você for ao google e buscar o nome de André Patrola - o empreiteiro André Luiz dos Santos - ficará assustado com a ficha corrida do cidadão. Ele tem milhares de citações, todas o envolvendo em notícias que abrangem lavagem de dinheiro, crimes sexuais, concorrências fajutas, danos ao meio ambiente, aquisições imobiliárias suspeitas, enfim, um cordão longo de coisas erradas, imorais e criminosas que certamente deve percorrer do Oiapoque ao Chuí.

O engraçado é que até o ano de 2015 o nome de "Patrola" surgia aqui e ali, muito raramente, e depois desaparecia. O homem era um fantasma. Na campanha para a prefeitura de Campo Grande, em 2016, apareceu uma ou duas vezes vinculado ao candidato Marquinhos Trad que  venceu a eleição, tornou-se prefeito, e, ato contínuo, Patrola sumiu do mapa. Claro, permaneceu o zum-zum-zum, mas o personagem submergiu. 

Perguntei para colegas jornalistas várias vezes quem era o sujeito, mas pouco se sabia. Tentei cavar uma foto para identificar o cidadão, ninguém tinha. Imaginei um senhor gordo, lá com seus 60 anos, experiente, bronco, safo, que passava pelos desvãos do poder sem ninguém notar.

Quando Marquinhos deixou a prefeitura para disputar o governo do Estado o nome de Patrola voltou a ser citado com mais força. Mas suas digitais não apareciam em lugar nenhum. Só quando eclodiu o escândalo que envolvia as frenéticas atividades sexuais do ex-prefeito, inclusive com denúncias de tráfico de mulheres e proxenetismo (palavra horrível), no qual o empreiteiro usava sua fazenda em Coxim para festinhas e encontros, com a presença de convidados que ocupam do poder em Mato Grosso do Sul, foi que a coisa desandou.

Mesmo assim, terminada a campanha eleitoral, o nome de Patrola, mais uma vez, sumiu do mapa. Mais tarde, no ambiente dos escritório de advogados de Campo Grande, era falado do envolvimento da empresária do setor imobiliário, Tatiana Duarte dos Santos, esposa do empreiteiro, com o alto escalão do Ministério Público de Mato Grosso do Sul. Era boato, contado com requintes das fantasias das arábias.

Depois disso, começou-se a se perguntar qual era a influência de Patrola junto à prefeita Adriane Lopes e seu marido, deputado estadual Lídio Lopes. Imaginava-se que com as operações do Gaeco e da Polícia Federal, muitas das quais em torno das concorrências para cascalhamento de ruas em Campo Grande, haveria uma suspensão de contratos e o duto que aspergia dinheiro seria fechado.

Nada disso. O esquema continuou como se nada houvera. A imprensa começou a questionar intra-muros qual era o acordo entre Marquinhos e Adriane Lopes que sustentava André Patrola. A prefeita, como sempre, faz cara de paisagem, posando de santa.

Nesse processo, descobriu-se que o empreiteiro e seus esquemas se ramificaram na direção do Governo do Estado, ainda no Governo Azambuja, construindo e reformando estradas dentro do Pantanal de forma totalmente irregular. O governador Eduardo Riedel, sentindo o cheio de pólvora, mandou suspender o tudo tirou Patrola da jogada.

No andamento das investigações, tudo indica que André Luiz dos Santos foi longe demais. Ele entrou de cabeça em todos os poderes, financiando campanhas, presenteando poderosos, envolvendo-se com a magistratura, Tribunal de Contas e Polícia, montando uma organização que se tornou quase um Estado Paralelo. E o mais grave: ele continua andando por aí, com seus carrões, promovendo festinhas, circulando alegremente, como se nada houvera e nada haverá.