Conselheiros afastados do TCE/MS:e Iran Coelho, Ronaldo Chadid e Waldir Neves
A pergunta vem martelando há anos no noticiário: Quem matou Mariele Franco, a vereadora do Rio de Janeiro?. Havia mais de mil especulações, teorias conspiratórias, tramas macabras. Nem vale a pena falar sobre cada uma delas.
Ontem, enfim, surgiu o nome do mandante. O ex-policial Ronnie Lessa, apontado como personagem que apertou gatilho, revelou em delação premiada que o nome dele é Anderson Gomes, ex-deputado e ex-Conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
A roda vai girar e não se sabe o que vai acontecer a partir de agora.
Olhando de longe é de se perguntar o que acontece com os Tribunais de Contas desse País afora. Em praticamente todos os TCs existe uma quadrilha organizada no comando. A gente olha e fica até com medo.
Será que o principal órgão de fiscalização das contas públicas foi dominado pelo crime organizado?
Sabe-se, em defesa da instituição, que o corpo técnico dos tribunais é de primeira linha. Ali tem gente altamente capacitada que, em muitos casos, tem salvado a sociedade brasileira de ser tungada todos os dias por gente inescrupulosa.
Mas e as cabeças que estão no topo do comando?
Veja o caso de Mato Grosso do Sul: três dos 7 conselheiros estão afastados do cargo por suspeita de corrupção. Tem mais dois na mira. E comentam que, ao abrir a próxima vaga, chegará à casa o bandido dos bandidos. Complicado.
Tem alguma lógica manter Waldir Neves, Ronaldo Chadid e Iran Coelho sub judice, um deles usando tornozeleira eletrônica, ganhando seus respectivos salários, aguardando a sentença final do judiciário, não se sabendo em qual século isso irá acontecer?
O que causa indignação é que estamos falando de uma instituição que devia ser sagrada e infensa a esse tipo de gente, ou seja, um lugar que devia ser ocupado pelos mais notáveis do saber jurídico, econômico e institucional.
Claro que ninguém é santo neste mundo louco. Mas tem seres especiais com noções republicanas, estudiosos da psicologia ética, com vasto currículo nas áreas das ciências jurídicas e contábeis, muito diferente dos rebotalhos morais que circulam pelas beiradas da política querendo o cargo de conselheiro a qualquer preço.
Hoje, infelizmente, o crime organizado está dominando tudo. O Estado transformou-se em valhacouto de quadrilhas organizadas que só querem cravar os dentes nas veias que drenam recursos públicos.