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Riedel propõe ajudar Adriane na melhora do transporte coletivo de Campo Grande, mas madame puxa o freio de mão


Gov.Eduardo Riedel e prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes

Causa estranheza o fato de o governador Eduardo Riedel propor fazer uma parceria com a prefeitura de Campo Grande para encontrar soluções duradouras para o caos do transporte coletivo da Capital e a dona Adriane preferir se esconder na moita em vez de se mostrar entusiasmada com o assunto.

Qualquer pessoa que conhece o setor sabe muito bem qual é a relação que as empresas de ônibus urbano mantém com quem está no poder. 

O Consórcio Guaicurus - assim como outros espalhados pelo Brasil afora - é um nicho de negócios que, residualmente, faz a alegria de políticos espertalhões, muitas vezes enchendo de dinheiro o bolso de quem transita nestes meios nebulosos, com tabelas de custos suspeitas, tarifas maquiadas e tantas cositas más.

Resolver o problema do transporte coletivo de Campo Grande não é tarefa simples. A estrutura urbana da cidade não favorece porque ela é rarefeita, tem malha viária problemática (o que destrói em pouco tempo a frota veicular), além do que, pelos costumes consolidados por longos anos entre o público e o privado, gerou vícios com exageros no sistema de gratuidade, sem contar que tudo isso resultou numa preguiça fiscalizatória que só faz pior a estrutura.

O que o governador está propondo é profissionalizar o setor. Remodelar e atualizar o sistema. Atacar os pontos nevrálgicos e os gargalos de um sistema que tem um impacto determinante no atraso da cidade. Enfim: ser parceiro efetivo da cidade.

Claro que repensar o transporte coletivo tem que suprimir o pagamento de propinas, estudar profundamente os fluxos urbanos, revisar a estrutura tarifária, enfim, recolocar a marcha no século XXI, principalmente com as novas tecnologias de redução das taxar de emissão de CO2, com carros elétricos, etc.

No primeiro lance de Riedel nessa área, Adriane congelou. Ela parou pra pensar e deve conversar com Janjo sobre o que fazer. Tem muito fio desencapado nessa área. Dependendo do que se propor pode eletrizar muitos vereadores que gostam de tudo do jeito que está, achando que não se deve mexer em nada "que está dando certo".

Dando certo pra quem, cara pálida?

Estudos logísticos de longo alcance envolvendo parcerias públicos privadas custam caro. Mas se forem bem feitos valem a pena. Hoje o Governo do estado e a prefeitura gastam muito dinheiro para manter a operacionalidade de três empresas para atender uma população que considera nosso transporte coletivo de ruim a pior.

Trata-se de dinheiro improdutivo, imobilizado todos os dias para que poucos ganhem e a maioria sofra na fila, no aperto e no calor. É desumano. Principalmente quando se sabe que a caixinha continua funcionando a todo o vapor.

A prefeita Adriane devia aproveitar a deixa do governador Riedel, ligar pra ele e começar a discutir o futuro ontem. Se deixar passar essa, não poderá reclamar na campanha eleitoral que outros o fizeram na frente dela.