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Governador Riedel é bem avaliado, faz um bom Governo, mas seus opositores reclamam que está faltando obras

Secretário Jaime Verruck e governador Eduardo Riedel -

Tenho recebido mensagens de políticos, empresários, jornalistas, todos reconhecendo que o Governador Eduardo Riedel está fazendo um bom governo, embora ressalve que o secretariado é mediano. Claro que ele tem um Jaime Verruck e um Ricardo Senna, que comandam a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, tecnologia e Inovação, que estão no topo de qualidade técnica e conhecimento profundo de Mato Grosso do Sul, tem um Maurício Simões na secretaria de Saúde, um Flávio César nas Finanças (homem habilidoso em tratar com controvérsias às vezes insuperáveis), assim como personagens que até hoje, depois do primeiro ano de Governo, ainda não conseguiram se encontrar.

É normal. Nenhum governante tem a equipe que ele quer, mas sim o que as circunstâncias políticas impõem.

Há secretários como Pedro Caravina, cuja função essencial é contrariar aqueles famosos caçadores de escândalo, cuja boca é maior do que o cérebro, formando a famosa turma da tigrada que vê a administração pública como uma extensão de negócios particulares. 

Claro, Caravina não é popular, muitos o odeiam, e todos os dias tentam enredá-lo em teias de fofocas. Para os mais próximos, ele reclama, diz que está cansado, e que prefere assumir sua cadeira na Assembleia Legislativa, cargo para o qual foi eleito, e que hoje é ocupado por João César Mattogrosso.

Riedel até agora não decidiu mexer as pedras. Tem discutido o assunto com seu núcleo duro, mas não tomou decisão. Talvez depois do carnaval ou até antes. Sabe-se lá. As circunstâncias dizem que o momento está se aproximando. Se Caravina sair mesmo será um problemão. O governador terá que encontrar alguém para fazer o papel de xerife, algo difícil porque os usos e costumes da política sul-mato-grossense formaram conceitos estranhos de que o sujeito "competente" é aquele que ou agrada todo mundo ou faz uma política de leniência com dinheiro da sociedade. É complicado.

Outro ponto: aqui e ali começam a aparecer críticas de grupos com forte perfil Andrezista (para os quais obras feitas de cimento e asfalto são a epítome de bom governo). Na verdade, este é um vício nacional, criado desde os governos militares com aquela ideia de Brasil Grande, expelindo filhotes por todos os lados (no nosso caso tivemos o Pedrossianismo & congêneres), pois acredita-se que na esteira das obras gira-se dinheiro e, assim, todo mundo fica feliz.

Se a gente olhar para a história, veremos, contudo, que essa política, além de sedimentar uma estrutura de corrupção duradoura (que contamina todos os Poderes), é responsável pelas atuais desigualdades sociais, em que os mais oportunistas se enriquecem enquanto a pobreza se alastra.

Hoje acompanho nas redes sociais governantes mais diversos (inclusive a de Riedel) e os vejo se esforçando para mitigar o drama da miséria (cujo corolário é a violência extrema e o crescimento do crime organizado), tentando realizar obras planejadas, com critérios de compliance, muitas vezes em parceria com a iniciativa privada, para tentar fazer mais com menos e controlando, na ponta do lápis, a responsabilidade fiscal.

Outro dia o Jornal Nacinal mostrou o exemplo da construção de ponte de estrutura de aço, na cidade Nova Roma do Sul (RS), que foi destruída numa grande enchente em 2023. A pequena cidade ficou isolada e houve risco de sumir do mapa por inanição econômica. O Governo prometeu reconstruí-la, com orçamento de R$ 12 milhões. Viram que a burocracia não deixava.

Então os moradores resolveram levantar os recursos com rifas, festas comunitárias, doações individuais e conseguiram R$ 7 milhões em pouco tempo. Resumindo a opereta: a obra finalmente foi realizada em tempo recorde e custou R$ 4 milhões. Não é preciso dizer mais nada.

O Governador Riedel é um homem de seu tempo. Ele sabe que a cupinização do estado é um perigo (às vezes inevitável). Mesmo assim, ele vai começar a ouvir cada vez mais de gente graúda que seu "governo está parado", que "está faltando obras", que é preciso "começar a fazer e acontecer", sem dar pelota pelos critérios legais e regulatórios que exigem cuidados ambientais, critérios de contratação e formação de redes parceiras. São maus conselhos. 

Felizmente, pelo que parece, até agora ele não deu ouvidos a essa turma.