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A prefeita Adriane Lopes reúne os ingredientes legais e morais para se tornar inelegível

Prefeita Adriane Lopes ao lado de Thelma Lopes, chefe de Gabinete, e Marcia Hokama, 
Secretaria de Finanças, conhecidas como "doces vampiras" 
por causa da capacidade de turbinar seus próprios salários em valores líquidos acima do teto do funcionalismo,
 sugando com  grande voracidade os cofres públicos

A população de Campo Grande vem se perguntando se a dona Adriane Lopes, prefeita da cidade, parece ser uma mulher honesta. Não existe elementos para dizer que sim ou que não. Ela transita naquele limbo que denota sua insipidez e incompetência administrativa envolta com as sombras que recaem sobre aqueles pecadores que não conseguem disfarçar as más intenções. Um mistério de proporções bíblicas.

Andando de botina, pregando nos púlpitos, usando uma voz trêmula em suas aparições nas redes sociais, às vezes beirando o ridículo quando ousa se pronunciar sobre temas técnicos, levando desse jeito esquisito Campo Grande na direção de uma crise caótica sem, precedentes, dona Adriana segue aparentemente inatingível diante dos escândalos que a enredam cada vez mais em teias nebulosas, a em situação muito semelhante àquela que um dia envolveu Andréia Nunes Zanelato Olarte.

O roteiro parece o mesmo.

Muitos dirão que a esposa do ex-prefeito Gilmar era uma mera primeira-dama. Sim, é verdade. Mas quem negaria o fato de que a personagem que ora ocupa o cargo de prefeita da Capital não se comporta tal qual um enfeite do verdadeiro dono da cidade, aquele a quem todos se referem entre sorrisinhos maldosos e cinismo exuberante como "Janjo"?

Acho que assim que o ano legislativo começar e a campanha eleitoral de 2024 ganhar força o tema da "Folha Secreta" e inúmeros outros cobrarão dividendos da candidata Adriane. A reportagem publicada neste blog na última quinta-feira (leia aqui) precisa logo logo ser confirmada se os Termos de Conduta de Gestão (TAG) firmado com o Tribunal de Contas de MS foi efetivamente implantado ou tudo não passou de jogo de cena, algo bem apropriado a se considerar a vida pregressa do Conselheiro Osmar Jerônymo no mundo da política. Será que ele vai continuar a passar paninho?

Será importante constatar que o Site Transparência não continua a ser aquele labirinto borgeano, habitado por vampiros a sugar o dinheiro dos contribuintes com os chamados supersalários. A prefeita não precisa ler centenas de relatórios para saber se as medidas combinadas com o órgão fiscalizador estão sendo devidamente ajustadas e efetivadas. .O TCE forneceu até um check list.

No mais, bastar atravessar uma sala e perguntar à sua Chefe de Gabinete, Thelma Fernandes Mendes Nogueira Lopes, se ela continua ganhando aquele salário de quase R$ 90 mil, valor inconstitucional, além de pornográfico em todos os sentidos.

Ou então conversar com sua Secretária de Finanças, Márcia Helena Hokama Razzini, e questionar se o seu hollerit mensal continua registrando valores de quase R$ 200 mil, mesmo porque ela se julga merecedora por estar trabalhando até tarde (apesar de estar aprofundando o caos financeiro da cidade.)

Mas Dona Hokama está tranquila com qualquer óbice que venha porventura surgir com os relatórios do Tribunal de Contas, pois conhece as mumunhas internas da Corte. Durante mais de 25 anos ela foi Servidora do TCE, exercendo a função de Auditora de Controle Externo, além de Chefe de Contabilidade do órgão.

Aliás, seu órgão funcional de origem continua a ser o TCE, significando que se algo acontecer com sua vida (o mundo dá muitas voltas) ela estará lá de volta fiscalizando as contas da classe política do Estado na outra ponta. Enfim: está tudo dominado.

A prefeita Adriane terá até o final de janeiro para mostrar aos eleitores que a "Folha Secreta" acabou e talvez o Ministério Público, com lastro dos relatórios obtidos, possa cobrar a devolução aos cofres públicos dos recursos ilegalmente recebidos por milhares de servidores.

Quem conhece a lei de inelegibilidade sabe que é possível enquadrar o ex-prefeito Marquinhos Trad e dona Adriana em várias irregularidades para torná-los inelegíveis. Só que no Brasil os processos judiciais são demorados, complexos e sinuosos. Mesmo assim, o tema deve ser discutido.

Pesquisas mostram que nossa prefeita tem péssimos índices de avaliação, considerada uma das mais desaprovadas dentre a administradoras de Capitais. Mas não se deve desprezar que dentro da prefeitura ela mantem um exército de quase 10 mil cabos eleitorais a soldo com recursos do contribuinte. Não é pouca coisa.

A classe política está aguardando definições eleitorais a partir de março. Se o caso de Adriane for perdido, tomara que num gesto de grandeza republicana ela se dedique a colocar as contas da prefeitura em ordem e desista da disputa. Sei que é difícil, o poder é aderente e, no mais, a turma que a acompanha é do balacobaco.