Era uma vez um corpo trôpego,
desconstruído,
exaurido de noites insones.
Um corpo acordado que sonhava balés
Posturas exatas, pianos de cauda.
Era uma vez um corpo que deseja
leveza de ninfa,
equilíbrio das garças numa perna só.
Mas o corpo é um pouco troncho.
Cai, tropeça, quebra cotovelos,
torce os pés.
O corpo quer apenas ser estável.
Caminhar descalço sem incômodo.
Era uma vez um corpo que almeja
rios fluidos,
cachoeiras densas e transparentes,
simultaneamente.
Um corpo planador,
indolor.
Era uma vez um corpo ousado.
exaurido de noites insones.
Um corpo acordado que sonhava balés
Posturas exatas, pianos de cauda.
Era uma vez um corpo que deseja
leveza de ninfa,
equilíbrio das garças numa perna só.
Mas o corpo é um pouco troncho.
Cai, tropeça, quebra cotovelos,
torce os pés.
O corpo quer apenas ser estável.
Caminhar descalço sem incômodo.
Era uma vez um corpo que almeja
rios fluidos,
cachoeiras densas e transparentes,
simultaneamente.
Um corpo planador,
indolor.
Era uma vez um corpo ousado.
Ilustração: Dante Filho (tela papel acrílico)