Na semana passada o jornal Correio do Estado publicou uma reportagem apócrifa afirmando que a cúpula tucana estava se preparando para desembarcar da candidatura de Beto Pereira e lançar o ex-governador Reinaldo Azambuja como candidato para a prefeitura de Campo Grande.
Dias depois, texto do repórter Daniel Pedra, no mesmo Correio do Estado, aparece dando azo à informação creditada a "cientistas políticos" (uma mania da imprensa sul-mato-grossense para colocar o corpo fora da notícia) afirmando que a "candidatura Azambuja vai alterar o quadro político".
Passou-se mais alguns dias, finalmente surge Azambuja dizendo que "não é plano B, C ou D", reafirmando que o nome do tucanato é mesmo o de Beto Pereira.
Olhando à distância, parece que a turma do PSDB é um bando de amadores. Tudo indica que a armação desse noticiário é coisa de fogo amigo ou de quem está fingindo que é amigo e torce para o circo pegar fogo. Tudo bem, coisas da política...
O que impressiona é o estilo barata-voa do ex-governador e do deputado Beto Pereira. Em circunstâncias normais de temperatura e pressão Azambuja teria matado na origem essa especulação midiática. Logo que a primeira notícia fosse divulgada, ele teria que se manifestar pelas redes sociais e outros meios, afirmando categoricamente aquilo disse quatro dias depois.
Nesse período, os bastidores ferveram, Beto Pereira foi jogado para o espaço, e colocaram o nome do Secretário Pedro Caravina (tudo no borburinho da Assembleia Legislativa) para ser flambado em fogo lento.
Até os quatis do Parque dos Poderes sabem que Caravina, Secretário Estadual de Governo e Gestão estratégica, tornou-se o "homem do não". Essa posição, digamos, tem grande potencial para produzir inimigos e descontentamento. Até o momento, ele tem cumprido a função combinada com o Governador Eduardo Riedel, de segurar a tigrada mais afoita por dinheiro e poder.
Tá na cara que Beto Pereira e Caravina estão sendo bombardeados por armações nada republicanas, aliás a primeira de uma série que vem pela frente, que soma interesses contrariados e ciúmes de homem dentro da base do governo, que, juntamente com veículos da imprensa, está querendo "participar" do jogo no qual a canela é o de menos, visto que a verdadeira intenção é atingir os países baixos.
O que chama a atenção foi a demora de Reinaldo em reagir, deixando o barco correr, o que levanta forte suspeita de que o deputado Beto Pereira pode ser mero teste de degustação de sommelier de crises políticas.
Acredito que o deputado devia ser enfático na cobrança de compromissos políticos e solicitar aos companheiros e companheiras que se manifestem com a elevação de voz necessária para que todos ouçam.
Não sendo assim, a cúpula do tucanato permite que pouco a pouco seus objetivos eleitorais se fragilizem. E dessa maneira, abrindo o ano de 2024, a bagunça estará tão grande que a vida de Rose Modesto, Adriane Lopes, Pedro Netto, André Puccinelli e outros menos cotados será facilitada para aparecer entre os melhores posicionados.
Acho que está na hora de Azambuja e Beto Pereira mostrarem que não estão brincando de jardim da infância eleitoral, caso contrário, lá por fevereiro do ano que vem muitos vestirão uma fantasia diferente e farão um carnaval que não fora planejado por uns e outros.