Pagode não é minha praia. Às vezes o som do cavaquinho com entradas de bumbo e pandeiro me fazem sentir um gosto de ressaca de cerveja barata nas tardes de domingo. Rejeito.
Mas não consegui resistir a este novo disco de "Xandão Canta Caetano", de Xande de Pilares, uma obra prima que há muito não se ouvia no cancioneiro popular brasileiro. Ajoelhei.
O cara não somente canta sucessos de Caetano - de resto, coisa que muita gente já vez no mundo inteiro - como estabelece um novo diálogo com músicas já conhecidas e consagradas.
Não se trata apenas disso. Não se trata inclusive de revalorizar as composições do baiano, todas belas e conhecidas, embora muita gente as coloquem na caixa de "coisa de intelectual de miolo mole". A coisa vai além.
O que Xande de Pilares faz tem outro alcance. Ele reinventa Caetano, colocando suas músicas numa esfera de autenticidade erudita e popular cujo sumo é puro prazer estético.
O que Xande de Pilares faz tem outro alcance. Ele reinventa Caetano, colocando suas músicas numa esfera de autenticidade erudita e popular cujo sumo é puro prazer estético.
Até canções manjadas como "Alegria, Alegria", "Muito Romântico", "Gente", "Luz do Sol" assumem uma grandeza inédita que leva qualquer ouvinte ao arrepio e ao choro.
Meus leitores sabem que dificilmente elogio um trabalho musical. Claro que o Brasil tem um padrão de excelência em várias áreas e gêneros musicais. Tem muito lixo também.
Mas quando surge algo diferente é obrigação do formador de opinião comentar, enaltecer, pontificar.
Xande de Pilares mostra que nossa criação musical tem lampejos de magnificência surpreendentes.
Meus leitores sabem que dificilmente elogio um trabalho musical. Claro que o Brasil tem um padrão de excelência em várias áreas e gêneros musicais. Tem muito lixo também.
Mas quando surge algo diferente é obrigação do formador de opinião comentar, enaltecer, pontificar.
Xande de Pilares mostra que nossa criação musical tem lampejos de magnificência surpreendentes.
Estou surtado.
Bravos!
Bravos!