Eu vi o mar. Ele estava pleno à minha frente. Puro. Solene. Dono de si. Eu não era nada. Era ínfimo. Um acidente entranhado na insignificância do mundo. Era o horizonte voraz. Não havia nada. Eu estava só. Oco. Vago. A tristeza era ela mesma e sua completude. Não havia navio no cais. Era só eu e o mar.
(Poema publicado no Livro "Cabeça de Chapéu")