Depois que o juiz Sérgio Kukina, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu pelo cancelamento do contrato da Solurb com a prefeitura de Campo Grande, um negócio bilionário que mexe e remexe com todo e qualquer tipo de lixo (inclusive o moral e o da probidade administrativa), o tema ganhou proporções épicas nas rodas políticas e governamentais da Capital.
Vários agentes estão se movimentando para que, no prazo de um ano, um novo contrato seja assinado e novas empresas entrem no certame para gerir esse negócio que já foi objeto de escândalos políticos, prisões de gente poderosa e enriquecimento ilícito de políticos e empresários que ainda perambulam por aí fazendo pose de honesto.
No burburinho intenso em que circulam os lobies de várias áreas, ainda aguardando o desenrolar das questões judiciais (claro, ninguém quer largar o osso de ouro), especulam que a peça central das negociações será o deputado Lídio Lopes, esposo da prefeita Adriane Lopes, homem jeitoso, afeito a contas e bom de manobras heterodoxas.
Gente maldosa fala abertamente que Lídio, depois de encerrado todo o processo em torno dos serviços de coleta e tratamento dos resíduos sólidos de Campo Grande, sorrirá como se tivesse ganhado várias megas-senas acumuladas, turbinando seus espaços no grande mundo da política estadual.
Há quem inclusive imagine que a candidatura de Adriane será levada para outro patamar, com reforço estratégico do apoio da Senadora Tereza Cristina, tornando-a competitiva. Como se sabe, a prefeita por enquanto é uma pata manca da nossa política, com a promessa de longo ostracismo, visto que a administração que comanda transita entre o caos e o fracasso absoluto.
Do lixo ao poder. Essa será a grande metáfora com a qual teremos que lidar daqui pra frente. Salve-se quem puder.