Iara Diniz, esposa do Capitão Contar e candidata a deputada estadual, protagoniza
discussão agressiva
com Riedel no término do debate da FETEMS.
Dante Filho*********
Na última quarta-feira os candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul participaram de um debate na FETEMS. Trata-se de um evento tradicional. Toda campanha eleitoral, o professorado promove o certame, embora se saiba que ali não tem pra ninguém: só vale se for do PT. Mas os candidatos participam, embora alguns sejam gatos escaldados como o ex-governador André Puccinelli, que está cansado de saber que ali rende poucos votos, porque sempre é mais do mesmo.
Havia uma espécie de acordo tácito entre os debatedores para massacrar Eduardo Riedel, candidato governista, que foi servido como picanha para cães famintos. Ele até que suportou bem as provocações gerais, mas parecia cansado, e, no final, não escondia sua irritabilidade com o circo que armaram pra ele.
É do jogo. Quem entra na chuva é pra se molhar. Em determinado momento do debate o Capitão Contar lança uma pergunta para Riedel sobre os processos criminais que envolvem o governador Reinaldo Azambuja, em escândalos conhecidos do passado. Nada a ver com questão educacional. Uma pegadinha.
Riedel afirmou que Azambuja não é réu ( o que está correto, do ponto de vista processual) em nenhuma instância do judiciário e que, a rigor, este tipo de questionamento devia ser feito para o próprio governador e não para ele. "Eu me chamo Eduardo Riedel e não Reinaldo Azambuja", afirmou lá pelas tantas...
Dito isso, a título de exemplo, citou dezenas de processo que a esposa de Contar, Iara Diniz, tem na justiça e que, por não ter sido condenada em nenhum deles (ainda), não se poderia levantar suspeitas contra ela. É bom lembrar que Diniz é candidata a deputada estadual, portanto, está participando ativamente da campanha do marido.
Depois dessa resposta, Contar pediu direito de resposta, e, logicamente, foi concedida (afinal, estamos na FETEMS com seu extenso histórico de oportunismo e malícia). Falou as platitudes de sempre e assim a vida seguiu.
No término do debate, Riedel foi cercado por Iara Diniz e sua turba de histéricos da extrema-direita (todos com celular nas mãos) e deu-se início a um confronto verbal. Chamou Riedel de "babaca", enquanto outros afirmavam que "você não é um conservador autêntico", e apareceu um iluminado afirmando que Riedel "ofendeu a família".
O padrão de comportamento dessa gente é fazer barulho (vide acontecimento ocorrido com a jornalista Vera Magalhães em recente debate na TV Cultura de São Paulo com o deputado Douglas Garcia, do Republicanos). A extrema-direita tem esse padrão de comportamento: quanto mais caos, mais intolerância, menos diálogo e nenhuma interlocução racional mais eles têm prazer emotivo para praticar ações políticas. É quase um gozo.
Quem estudou a psicologia do fascismo e do nazismo vai entender o que estou falando. A missão dessa gente é confundir, desinformar, estabelecer e demonizar os adversários para assim dobrá-lo até que fique de joelhos, pronto para o abate.
Iara Diniz é uma empresária, socialite (deve ter sido sempre uma moça mimada que não gosta de ser contrariada), dona de uma agência de publicidade entre outros negócios que atende várias prefeituras do interior e também da Capital, com um rumoroso caso de suspeita superfaturamento de contrato em Ribas do Rio Pardo.
Além disso, tem dezenas de processos por dívidas condominiais, ações trabalhistas já resolvidas, mas em contrapartida tem um patrimônio declarado de uns 15 milhões de reais. Enfim, sabe-se que é uma mulher de temperamento forte, que adora luxo, ostentação e dinheiro, e conduz com mão de ferro a campanha do maridão, que, pelo que se sabe, a obedece prontamente.
A baixaria que protagonizou na FETEMS esconde uma mágoa. Consta que ela queria ser suplente na chapa ao senado de Tereza Cristina (conforme informação veiculada pela assessoria da candidata), mas o presidente Jair Bolsonaro não concordou, indicou um militar, e disse, na ocasião para Cristina: "Estou cansado de ser traído", referindo-se às posturas de Soraya Thronick, ex-aliada do bolsonarismo raiz de Contar et caterva.
O eleitor sul-mato-grossense terá que ir se acostumando com os arroubos das Iaras Diniz da vida. O jeito de fazer política dessa gente tem um padrão: eles gostam de atirar verbal e literalmente. Trata-se de uma mentalidade armamentista que não entendeu que política não é uma guerra sangrenta e fraticida, ao contrário, é uma forma de estabelecer contratos sociais pacificamente, em nome da democracia e do desenvolvimento da sociedade.