Nestes dias ausentes de futuro
Quando os nossos sentidos se atenuaram
Compassando as horas que não passam
Criando esse cansativo nada
Subtraímos dessa
Falta de urgência
O amor e o abraço
A fumaça das ruas
O barulho nas praças
E a busca de ar
Há uma esperança fugidia
Nas sombras dos dias tão iguais
E tudo ficou
fora de lugar
As palavras têm outra semântica
Os termos do contrato habitam uma nova casa
E Tudo ficou escuro
Sem que haja a certeza do talvez.
Noutro dia,
Quando o olhar voltar-se para o mistério da ausência
E o passado tornar-se presente
Nas mudanças da geografia do corpo,
Assim veremos com claro vislumbre
Que tudo foi medo
O medo de sempre
Ancestral e absoluto
Eternamente Infinito