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A eleição do botox


Os cirurgiões plásticos e os esteticistas estão felizes. Eles finalmente estão se tornando mais importante do que os marqueteiros numa campanha eleitoral. 

Numa visada geral, nunca, em tempo algum, candidatos e candidatas estão utilizando tanto de seus préstimos profissionais como agora, nesta famosa jornada de 2018. 

Reparem na TV, nas redes sociais, nos jornais: o uso de botox, enchimentos faciais, retoques aqui e ali estão chamando mais a atenção do que qualquer outro recurso de melhoria de imagem entre aqueles e aquelas que estão suplicando nossos votos diariamente. 

O caso mais evidente é o do candidato Álvaro Dias. Na sua primeira aparição na Rede Bandeirantes, quase não conseguíamos ouvi-lo, pois era impossível tirar os olhos daquele sorriso de palhaço devido ao excesso de preenchimento facial. 

O caso da senadora Kátia Abreu (Vice de Ciro) gerou milhares de comentários em todos os cantos por causa do transformismo radical. Ela era uma tempos atrás e, agora, surgiu no corpo de outra pessoa. Assustador. 

Tirando Bolsonaro, Boulos, Daciolo e Ciro Gomes, os demais parecem que fizeram uma visita aos esteticistas. Mas até quando eles resistirão?

Tenho também recebido vídeos de candidatos aqui de Mato Grosso do Sul. Não vou dar nomes. Mas tem gente exagerando nos retoques faciais ou no Photoshop. 

Alguns estão fazendo serviços completo: plástica, lipo, lifting, clareamento dental, enfim, tudo que o mercado dispõe para fazer com que a boca do candidato(a) ganhe aquele aspecto de  "égua de charrete" e, no conjunto da obra, a bizarrice seja hegemônica . 

Me pergunto: quem são os iluminados que conseguem convencer essa gente a se tornarem essas figuras esquisitas, disformes, levando-os a crer que isso é algo importante para atrair o eleitor?

Qualquer leitura de psicologia pedestre revela que a incapacidade de mudar o conteúdo interno induz à preocupação de alteração da forma. Só que uma coisa é melhorar a "performance" por completo, outra é transformar-se numa caricatura de si mesmo. 

Estou preocupado com os marqueteiros. Dentro em breve, os candidatos dispensarão seus serviços e só contratarão equipes de esteticistas e especialistas em dermatologia, mandando discursos e conteúdos às favas. 

Em vezes de propostas, os eleitores ficarão debatendo como determinado candidato conseguiu a melhor deformação da temporada. 

Quem sabe a democracia deixe de ser um problema ético e passe a ser estético.

É a evolução da espécie!