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Ninguém liga para o preferido nas pesquisas


O "preferido" nas pesquisas de opinião não chama a atenção a de ninguém. Todos os levantamentos mostram (pelo menos aqui em Mato Grosso do Sul) que ele tem o dobro de indicação de votos somados todos os candidatos, nas mais diversas simulações. 

Tanto nas indicações espontâneas como nas induzidas, ele vence sempre apresentando índices robustos. O mais estranho é que ele é pouco citado no noticiário, não há denúncias que envolva seu nome, nenhum partido pensa em atraí-lo para sua coligação, jornalistas dão de barato sua presença no jogo eleitoral, mas ele está lá, firme e forte, mostrando sinais robustos de que poderá influir decisivamente no próximo pleito. 

Tive o cuidado de pegar uma série de pesquisa, de institutos diferentes, que utilizam metodologias diversas, mas, por incrível que pareça, ele está sempre lá, sempre no topo, não oscila, figurando como o personagem mais forte dessas eleições. 

Às vezes, sua presença é tão preponderante, que se torna até um elemento invisível no conjunto das coisas. Mal comparando com as recentes descobertas em torno da física quântica, ele lembra a matéria escura do universo, que, dizem, representa mais de 90% de tudo que existe no cosmos, embora ninguém veja, sinta ou perceba. 

Sugiro que comecemos a prestar mais atenção nos números das pesquisas e analisar esse estranho fenômeno: o candidato "Não Sabe Indeciso da Silva" é poderoso demais para ser ignorado. Ele atende por outros nomes, tais como "Maioria Silenciosa Prado Júnior", "Indiferente de Castro", "Voto Nulo Correia", "Voto Branco Xavier" ou "Abstenção Moreira". 

Sim, sabemos que todas as campanhas eleitorais têm um dinamismo próprio e que, com as propagandas, a cobertura da mídia, tudo tende a mudar. Mas reparem: nesse ano, os candidatos citados acima estão mais resilientes, estão permanecendo por mais tempo conduzindo a corrida sucessória.

Mas trata-se de um indicativo de que algumas coisas estão se movendo nas camadas tectônicas de nossa realidade. 

Será que os velhos esquemas ainda continuarão funcionando, e os "preferidos" do momento voltarão a ser os sujeitos ocultos do processo?