Tem circulado na praça política articulações em torno da ideia de "projeto"de poder. Volto e meia escuto alguém dizer que é interessante fazer concessões em torno de alianças eleitorais em nome desse tal de "projeto".
Tem gente que desenha cenários eleitorais até 2050. Risível.
Fulano odeia Sicrano, Beltrano desconfia de Alecrano, Pedro não combina ideologicamente com João, mas tudo bem, tamo junto em nome do "projeto".
No campo partidário, a conversa é a mesma. O pragmatismo exige que, eleitoralmente, deva se fazer alianças de todas as formas para garantir espaço parlamentares, tudo em nome do "projeto". Asco.
Corruptos contumazes, oportunistas de todas as espécies, arrivistas dos mais variados modelitos, devem compor chapa com pessoas honestas, bem intencionadas e republicanas, porque o importante é o "projeto".
Candidatos de esquerda e de direita locais devem fazer - proclamam os arautos - um pacto de não agressão, transar no escurinho do cinema, evitar radicalismos ou divulgação de cartas de princípios porque, como se sabe, tem um "projeto" maior a ser defendido.
Recentemente, venho sendo advertido a não emitir opiniões nem escrever sobre temas polêmicos porque tenho compromissos com o "projeto".
Que projeto é esse, não sei...
Que projeto é esse, não sei...
Penso comigo: é pra rir ou chorar?. Uma informação geral: não existe esse tal de "projeto" para quem usa esse argumento. Isso nada mais nada menos é o velho e surrado mimimi para assegurar o poderio dos mesmos nas mesmas condições.
Sendo mais cru: trata-se da mesma artimanha para continuar o surrado esquema de saque do erário público . O "projeto" é como fazer para continuar roubando.
Desconfie daqueles que falam em "projeto". São picaretas da esperança, vendedores de ilusões, manipuladores de expectativas.
Isso não existe. Vivemos tempos de incertezas. É impossível fazer projeções políticas que remetam a um diagnóstico do quadro para a próxima semana, o que se dirá nos próximos anos. Só gente muito obtusa acredita que isso seja possível.
O mundo mudou. Cada vez mais a sociedade deseja uma mudança do sistema representativo que requalifique a política no seu sentido clássico; ou seja, ser um instrumento de promoção do bem comum.
Quem defende esse papo de "projeto" sonha apenas em manter a bandalha atual, acreditando cinicamente que o fazer político é apenas montagem de esquemas nebulosos para roubar.
Sabemos que dos nomes que pululam em nossa política muitos permanecerão no poder porque o mecanismo demonstra uma resiliência impressionante e também porque muitos eleitores-otários creem nessa história de "projeto".
Mas até quando?
Mas até quando?