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Eleição na Famasul poderá ser judicializada


No próximo sábado acontece em Campo Grande o fechamento do processo eleitoral da Famasul. 

Disputam duas chapas: a oficial, encabeçada pelo atual presidente da entidade, Maurício Koji Saito, e a da oposição, liderada por Terezinha Candido. 

No centro do debate, as propostas não estão, digamos, causando muito empolgação entre os associados. São as famosas agendas positivas com “cartas de intenções” muitas vezes inexeqüíveis.

O que está provocando fervura mesmo é o próprio sistema de escolha, o jogo político dos interesses submersos e o funcionamento da máquina de destruição de reputações. 

Há muitos anos os representados da Famasul questionam a forma de escolha dos representantes. Trata-se de joguinho de compadres e comadres, sujeito a todo tipo de armação. 

A candidata da oposição decidiu mexer nessa ferida. Por isso, vem sendo acusada pela situação de quebrar uma regra de ouro do processo eletivo: os acordos por cima desprezando os interesses de quem paga a conta, por baixo. 

Terezinha Candido passou a ser menina má do jogo. É acusada de estar fragilizando a entidade como um todo só porque decidiu divergir. 

Ora, até onde o mundo é mundo esse é o jogo democrático que vitaliza e consolida as instituições. Mas quem deseja debater assuntos de adultos num jardim da infância?

Com isso, há uma mistura de ataques abaixo da cintura com direito a xingamentos proibidos para menores de 18 anos.

Mas o fato real é outro. A candidatura de oposição ganhou musculatura nas redes sociais e tem provocado intensos debates entre produtores, tudo longe da imprensa e do chamado “grande interesse público”. 

Candidatos a senador, deputado e governador estão sendo convocados a participar discretamente do processo. A Famasul representa fatia ponderável do PIB de Mato Grosso do Sul. Com isso, a movimentação política tem sido intensa. 

O grande problema é que a pauta da candidatura de Terezinha Candido ganhou espaço na base dos filiados da entidade: há um consenso em torno da idéia de representação direta, ou seja, uma cabeça, um voto. 

O mundo moderno tem dessas coisas...

No desespero, a chapa oficial entrou na famosa fase de “vamos ganhar no tapetão”. Com isso, toda a sorte de abusos e fraudes passou a ser praticada nos sindicatos rurais. 

Primeiro, constatou-se certa lassidão na publicação de editais convocatórios das eleições, com prazos errados e sem divulgação ampla para conhecimento dos interessados.

Houve um caso esquisito: um sindicato rural convocou os filiados para prestar contas e, no fim da assembléia, com pouquíssimas pessoas, a título de discutir “assuntos gerais” realizou-se a eleição para a Famasul. Quem pediu para fotografar a ata foi agredido verbalmente e colocado pra fora da sala. 

A oposição, assim, reuniu farta documentação para ingressar com um processo judicial pedindo a anulação do pleito. Ou seja: é provável que as verdadeiras eleições estejam apenas começando e não terminando no dia 16. O assunto vai render.