Pelo que pude observar, a máquina está quase parada, mas a estrutura de marketing está fumegando, apesar de estar vazando óleo e engasgando ora sim, ora não.
Mas Reinaldo reage. Quer mostrar à sociedade que as denúncias contra si no rumoroso caso JBS são mentirosas. Difícil. O caso tramita no Ministério Público Federal, STJ e STF e, pelas informações disponíveis , o governador não tem obtido grandes sucessos.
Contratou banca de advogados com forte influência no Judiciário Federal, mas, nesse caso, isso demonstra mais aflição do que tranqüilidade.
No plano estadual, o governador faz o que tem que ser feito nas atuais circunstâncias: tem ficado menos no gabinete e percorrido cidades do interior. O jornalismo aderente tem dito que está fazendo sucesso. Celebrou o fato de ele ter sido aplaudido em Três Lagoas.
Compreende-se: para quem estava ultimamente levando muita vaia, alguns apupos é tudo de bom.
Como se diz, Azambuja resolveu ir “pra cima”. Tem feito em poucos meses aquilo que “esqueceu” de fazer em quase três anos. Mais: vestiu as sandalinhas da humildade e aceita conversar com qualquer um – desde que seja para elogio e adulação.
Seus críticos continuam sendo atacados nas redes sociais e processados na justiça.
Veremos se nessa fase soft Azambuja passe a aceitar críticas, sem entrar no velho esquema das perseguições do começo de seu governo.
Sinto que ele ainda precisa passar pelo teste da democracia e da abertura de espírito, mostrando que representa a pluralidade da sociedade sul-mato-grossense e não a República de Maracaju.
Pergunto: será que essas mudanças cosméticas na personalidade do governador valem só no período eleitoral? Mistério.
Os arranjos políticos de Reinaldo são óbvios: ele tenta fechar um consenso pela cúpula, oferecendo cargos e dinheiro para todos, acreditando que poderá ser empurrado goela abaixo dos eleitores . Será que isso vai continuar dando certo?
Claro que ele dirá em palanque que os arranjos de cima terão que ser combinado com o povo, numa velha frase sempre dita por políticos experientes. O problema é esse: a natureza essencial desse acordo político e social é falsa porque parte da premissa de que foi comprada a peso de ouro.
Mesmo assim, o ambiente ainda é incerto porque não se sabe o que acontecerá nos desdobramentos dos fatos de agora em diante. Reinaldo descobriu que o caminho que vem fazendo não tem volta: ou ganha ou ganha. Se perder a próxima eleição, não só perderá o dedo, os anéis e a alma: não será nem uma lembrança na lata de lixo da nossa história.
Na minha modesta opinião, Azambuja tem um entorno muito ruim. Gente que fala errado, pensa errado. Ninguém pode oferecer sinais de “nova política” cercando-se com a vanguarda do atraso. O governador não tem coragem para chacoalhar suas próprias bananeiras e derrubar os macacos que estão se locupletando de banana. Assiste imperialmente um verdadeiro febeapá sem dar sinais de que está se importando.
Tem tudo para dar errado.
Quem viver, verá.