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Poema: A verdade em Cartago



A verdade em Cartago

Agora que as lembranças 
de  glórias passadas são apenas história 
- esvaída em coisas banais
(deixando apenas fluxo e sensação)
- Como aquele navio que está, ao longe,
parado no cais
(esperando que o tempo petrifique os cascos da memória)
Registrando o instante da imensa fotografia 
Que transforma o meu olhar em pedra azul de ágata,
(No tépido e inclemente Sol de Cartago)
Ouvindo o rumor das ondas incessantes,
(Com o odor do marulho cortado pelos gritos das aves)
Sou, enfim, rendido pelo cenário cálido onde vago bêbado 
Contra o vento,
sentado na areia da praia
Em busca de minha eterna civilização.