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Campo Grande, ano 2666


As ruas agora são outras

Pertencem a novas paisagens
Percorro suas curvas 
Sobrevôo suas ladeiras
Sigo em frente

As vielas me enovelam 
Jogando-me numa avenida nua
Que se emaranha à minha frente
Cruzando a si mesma na luta dos sinais 
- seguindo em todas as direções

Não vou à lugar nenhum
Subo no meu carro e corro 
Na direção do sol que nasce
As ruas da cidade estão vazias

Elas pertencem às cores baças que as penetram
E lhes matam no dia ausente

Subo no meu carro e corro

Giro o corpo
Vejo as pessoas caminhando pelas tramas
Que cortam os dias e noites

As nossas ruas agora são outras