Alexsandro Nogueira:A Pátria volta a usar chuteiras
O jornalismo esportivo narra a paixão conflituosa do torcedor com a Seleção Brasileira: morreu em uma tarde de inverno, em pleno Mineirão - com os 7X1 para a Alemanha - e renasceu confiante com o trabalho de Tite, em 2016.
Entre as duas datas, existe um intervalo. Ou melhor, uma lacuna: “A Era Dunga”, um período grotesco para o futebol brasileiro, renegado em um curto espaço de tempo à condição de coadjuvante no cenário esportivo internacional.
Na opinião dos analistas de arquibancada, há caracteristicas determinantes que acompanham certos treinadores: Zagalo era rabugento; Felipão, paternalista; Wanderley Luxemburgo, egocêntrico e Dunga, teimoso e burro.
À exceção de Tite, os últimos treinadores do Brasil construíram reputações em cima da arrogância de suas ideias desordenadas e por isso comprometeram o trabalho da equipe brasileira dentro de campo.
Mas Tite é diferente. O cara é carismático, competente, pegou uma equipe humilhada pelos sucessivos resultados negativos e a transformou em um grupo determinado, vencedor e com a estima lá nas alturas.
Os resultados comprovam minha teoria. Oito jogos oficiais pelas eliminatórias para a Copa, oito vitórias e um seleção classificada com quatro rodadas de antecedência para o torneio mundial da Rússia, em 2018.
Naquele espaço onde só o sonhador habita, e dá forma aos sonhos, Tite já aparece com a mão na taça e com a sexta estrela bordada no peito. Antes, revivemos a nostalgia do futebol Telê Santana, que devolve ao torcedor brasileiro a vontade de calçar chuteiras, pela alegria do futebol bonito. Olé!
*Jornalista