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Reforma administrativa é obra em construção


A reforma administrativa proposta pelo Governo do Estado na última segunda-feira (19/02) é um assunto que deve interessar a toda sociedade. Portanto, deve ser debatido, criticado, analisado sobre os mais variados aspectos. 

O projeto será objeto de discussão entre os deputados e, nesse momento, seria conveniente que ele fosse esmiuçado para que os cidadãos compreendessem o que está em jogo nesse processo.

Muitos imaginam que os parlamentares vão simplesmente aprovar o pacote de medidas - de resto, há meses negociado - sem grandes explicações, aceitando passivamente o que o governo enviou. Não devia. Cabe ao Legislativo discutir e esclarecer. Isso acontecerá? Aguardemos.

Olhando pelo alto, tem-se a impressão de que a reforma tornou-se uma necessidade para que o Estado não padeça de inanição econômico-financeira no decorrer desse ano. 

A mídia diz que o setor público "economizará" R$ 234 milhões, o que é uma força de expressão, pois na contabilidade geral não se trata de reduzir gastos e sim de readequar o orçamento com base na redução brusca de receita. 

O Governo fará um esforço fiscal para ver se consegue fazer algum investimento, mostrar alguma obra, manter a infraestrutura do Estado nos mínimos padrões aceitáveis, sem causar grandes abalos no funcionalismo, que tentará obter reajustes salariais usando como referência a própria ideia errônea de que se estará fazendo "economia" de recursos.

Ainda não dá para afirmar que as medidas propostas serão um sucesso. Para que elas funcionem será preciso que os operadores da reforma tenham credibilidade e confiança da sociedade. 

Nesse caso, o governo não pode emitir informações contraditórias como, por exemplo, cortar pessoal e aumentar gastos com publicidade; reduzir o tamanho da máquina, mas manter a mesma mentalidade operacional ora em funcionamento. 

Uma reforma pra valer deve ser uma combinação multifatorial de medidas administrativas, econômicas e políticas. Se o Governo terá capacidade ou não de manobrar todas essas cordinhas ainda é uma questão em aberto. 

P.S - Sobre a saída do Chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, que se apresentava como fiador de um modelo de gestão, só tenho uma coisa a comentar: acho que o governo Azambuja ficará mais leve e amistoso. Se o ex-secretário vai permitir que isso aconteça dependerá do tamanho de seu ressentimento ao deixar o posto de "dono do governo". Quem viver, verá