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A festa acabou


O Governo Lula e o primeiro mandato de Dilma foram uma grande festa. 

O segundo mandato de Dilma e o governo de transição de Temer são os da ressaca. 

Tanto a festa como a ressaca dão a impressão de serem intermináveis. 

A diferença é que a festa é prazerosa. 

A ressaca dói. 

Ambas as situações – tanto do ponto de vista econômico como social – levam as pessoas a perderem a noção da realidade: na festa, gastamos, consumimos, nos endividamos. 

Na ressaca, além da contenção necessária, não se consegue fazer o devido encontro com o passado. 

Na festa, governos atolam o pé. Personagens como Sérgio Cabral e tantos outros ficam milionários. 

Eike Batista e Marcelinho Odebrecht foram os principais DJs. Botaram pra quebrar.

No mafuá Lulista, tudo foi permitido; quando veio a tonteira e a dor de cabeça, Dilma rodou e Temer hoje costeia o alambrado. 

A crise econômica, resultado da falta de bom senso nos anos de expansão mundial, traz a lembrança daquela alegria festiva, com cheiro de lança-perfume, luzes multicoloridas, tum-tum-tum do nunca-antes-na-história-deste-país.

No momento, não dá para  tergiversar: tem que fazer um ajuste complicado e mexer com interesses e privilégios. 

Não dá para fazer omeletes sem quebrar os ovos. 

Culpa de quem? 

De todos e de ninguém. 

Uma coisa é certa: vai demorar para que aconteça uma nova festa. 

A ressaca poderá ser até mais branda, mas vai continuar.

Assim é a vida...