A auxologia conceitua como “sensação dolorosa
recorrente, sem causa específica, que recebeu esse nome por se
manifestar em uma fase crucial do desenvolvimento físico.”
Interessante, não!? Mas o propósito aqui é outro.
Quase que indutivamente, por conta do período,
somos compelidos a entrever a alma, afinal, mais um ano cerra seu
livro. Instantaneamente, meus dias pretéritos se lançam sobre mim
qual fantasmas.
Pronto!
Basta isso, e minhas angustias e fraquezas
ressurgem. Meus algozes, conscientes e inconscientes, azimutam,
sem esboçar qualquer clemência, a bússola dos meus erros e todas
as outras malfadadas tentativas de acertos.
Mas espere um pouco, o período é festivo, não!!??
Mas texto ainda não está acabado.
O que, afinal, está perfeito e acabado?
No recôndito de minh’alma, onde tudo aquilo que é
superficial não prospera, sou lembrado de que, desde meu
nascimento, continuo imperfeito e inacabado, e que as dores,
portanto, são parte do processo.
Essa tal sensação dolorosa entre acha-se em todo
meu ser, ocupa meus pensamentos, quer me escravizar. Dos fluxos
de meus atos e hábitos, resultam refluxos nem sempre palatáveis.
A conclusão da espreitadela, porém, me dá
esperança, qual seja, apesar de mim, o que remanesce é mercê
divina.
Não há um gabarito de vida tranquila!
Viver é o gabarito! Viver - ou sobreviver - implica
combater o bom combate, desbastar a pedra bruta, e isso é instinto
e vontade de cada um.
O ineditismo no adverte que nenhum dia é igual ao
outro. Heráclito, o filósofo, há muito disse, “Ninguém pode entrar
duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não
se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou...”.
Dessa forma, olhando para o alvo, prossigamos,
rogando a Deus para que o porvir nos traga sabedoria, força e beleza!
Abençoado seja o ano de 2017!
*Advogado