Interesse público é diferente de campanha eleitoral
Não vejo como ato reprovável governantes fazerem parcerias para atender o interesse público. Isso demonstra que o funcionamento da democracia comporta outras vertentes do pensamento que não seja a da lógica da disputa militante.
Só aqueles que acreditam que a política é uma guerra permanente por outros modos, que cultivam - e propagam - a ideia de tudo se trata de estratégia de campo.
Para algumas cabeças, políticos de partidos diversos - ou antagonistas ocasionais que se digladiam em campanhas - devem sempre fazer juras de ódio eterno e colocar esses sentimentos acima das questões da coletividade.
Na última terça-feira, o prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad, e a governadora em exercício Rose Modesto, mantiveram pela primeira vez após as últimas eleições um encontro protocolar para tratar de convênio sobre a operação tapa-buracos.
O Governo do Estado dispôs-se a aportar recursos (R$ 25 milhões) para resolver esse grave problema na Capital. Tentou fazer o mesmo na gestão Bernal, mas não houve receptividade simplesmente porque não se elaborou projetos de ação.
É possível que o ex-prefeito tenha visto nesse gesto intenção meramente política Ou seja: o Governo Azambuja poderia jogar na praça uma massa de propaganda, negligenciando o papel do administrador municipal no processo. Bernal deve ter avaliado que era melhor seguir outro caminho e ficar com a paternidade da obra.
Agora é diferente. Não há eleição esse ano. Isso desarma os espíritos. A crise é forte demais para ficar com picuinhas. É melhor alterar alguns conceitos atender a necessidade da sociedade, fora do ambiente de disputa.
Nesse aspecto, Rose e Marquinhos estão simplesmente fazendo o normal: atendendo um problema que interessa a todos. Mas existe gente que não se conforma. Quer que o clima de disputa eleitoral permaneça no ar.
Bobice.